1975 - 2020
Quando alguém precisava, ele não telefonava, não: ia pessoalmente conversar, abraçar e fazer sorrir.
Wagner estava na fila para receber um transplante de rim e, em abril de 2020, foi hospitalizado para finalmente realizar a cirurgia. Tudo correu bem, inicialmente, mas o que familiares e amigos temiam, aconteceu.
Esposo apaixonado, pai de quatro filhos, amigo de muitos! Uma pessoa alegre! "Wagner foi um grande guerreiro e sentiremos sua falta", diz a amiga Dilma.
Dilma também traz uma carta, escrita por uma das filhas de Wagner, e reproduzida abaixo:
Pai...
Quem o conheceu sabe o que eu vou falar... Para quem não pôde conhecê-lo, tentarei resumir.
Meu pai foi muito além do que a figura paterna dentro de casa. Foi absolutamente tudo de melhor que alguém pode imaginar. Ele simplesmente vivia para amar! Amou-nos em cada segundo e me fez viver a vida de princesa que eu sempre quis, dando-me amor e carinho... e tudo que ele conseguiu.
Ele me deu uma família. Fez com que eu fosse forte, ensinou que a vida não é fácil e não desistiu de mim, em um só momento!
Ele foi exemplo de homem! Nunca vi alguém tratar tão bem uma mulher, como meu pai tratava a minha mãe. Ele a amou incondicionalmente. Nunca levantou a voz, nunca a desrespeitou.
Ele era um verdadeiro romântico, apaixonado! E era amigo, nunca desamparou nenhum dos seus companheiros. Se alguém precisasse, ele ia, e ia mesmo! Não tinha essa de conversar pelo celular: ele ia, conversava, abraçava, fazia rir...
Ele foi meu parceiro em todos os momentos e, não tenho ideia de quem vai me acompanhar nas traquinagens agora! Quem conheceu sabe: ele era a diversão de qualquer ambiente. Diversão garantida. Conseguia fazer todo mundo mais feliz, mais leve.
Foi firme na fé! Era encantado pela juventude na igreja, completamente apaixonado por Jesus.
Meu pai foi guerreiro de vida. Vinha lutando para viver, e sempre deixou claro que, a força dele vinha de nós e que, por nós ele lutaria! Pela nossa família, para poder ver os filhos crescerem, para conhecer os netos, para ver nossos sonhos virar realidade!
Ele sempre imaginou como seria quando estivesse velhinho, com a mamãe... mas essa última batalha foi demais para ele. Mesmo sendo herói, ele não conseguiu!
Ainda não consigo acreditar que acabou. Tenho a impressão de que a qualquer momento ele vai entrar e perguntar se a comida já está pronta. Vai brincar com a Perolinha, vai zoar com o João e vai direto abraçar minha mãe. Vai brincar dizendo que trouxe uma surpresa e, com toda certeza, vai pedir alguma coisa para uma de nós...
Pai, eu prometi que cuidaria de tudo, mas estou com muito medo de não conseguir. Você era minha inspiração para continuar e, agora estou perdida sem você aqui comigo!
É preciso dar valor ao que se tem, hoje, porque o amanhã é incerto para todos nós. Nada, nem ninguém, vai suprir o espaço do meu pai na minha vida, porque ele era único.
Pai... Sua memória será honrada e seu legado continuado. Vou garantir que você continue vivo.
Até um dia, Pai!
Vou te amar eternamente!
Wagner nasceu em São Paulo (SP) e faleceu em São Paulo (SP), aos 45 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela amiga de Wagner, Dilma Aparecida Gonçalves de Oliveira. Este tributo foi apurado por Ricardo Pinheiro, editado por Marcia Horacio Barbosa, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 4 de julho de 2020.