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Wanderlei Margotti Karam

1973 - 2021

Calmo e sorridente, tinha respostas na ponta da língua pra tudo ou quase tudo; tinha que ter, era professor.

Ele tinha o dom da palavra. Quando falava sentia-se pleno, fosse numa sala de aula, lecionando para seus alunos ou na cozinha de seus pais, sentados em volta da mesa, para mais um dedo de prosa; que, às vezes, virava as horas, noite adentro, com seus causos e histórias. "Assim era o Wanderlei", conta a irmã Wanessa.

Era o mais velho de quatro irmãos, filho preferido, o sujeito que todo mundo gostava: o exemplo na vida do pai e da mãe, o irmão mais velho que todo mundo gostaria de ter, aquele que nunca dava bronca. O paizão da Luana, que topava qualquer coisa com a filha.

Um professor dedicado e muito querido pelos alunos. Como diretor, fez o melhor por eles e pela escola: tirava dinheiro do próprio bolso para alimentar os alunos mais carentes; chegou a pagar a conta de luz das famílias desses alunos, e a auxiliar em outras necessidades que eles tinham.

Gostava de rock e de política. Um homem correto, engraçado, de bem com a vida: via sempre o lado positivo das coisas. Um sujeito maravilhoso.

"Não havia um momento sequer em que ele não estivesse presente", lembra a irmã Wanessa, "mesmo nas compras, por mais fútil que fosse, em casamentos, viagens e nos momentos de dificuldade.

O Wanderlei foi um bom filho, irmão, pai, amigo, um grande educador, e fará muita falta.

Wanderlei nasceu em Curitiba (PR) e faleceu em Curitiba (PR), aos 47 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela irmã de Wanderlei, Wanessa Margotti Ramos Storti. Este tributo foi apurado por Daniel Ventura Damaceno, editado por Rosa Osana, revisado por Maria Eugênia Laurito Summa e moderado por Rayane Urani em 6 de agosto de 2021.