1977 - 2020
Dedicou a vida à missão religiosa e, pelo exemplo, motivou inúmeras conversões.
Waschington foi filho primogênito, irmão de outros três homens por parte de pai e ainda de uma irmã por parte de mãe que infelizmente nunca pôde conhecer pessoalmente, mas com quem mantinha contato pelas redes sociais.
Sua vocação para o serviço religioso aflorou muito cedo e, aos 17 anos, decidiu ser missionário. Em Curitiba, sua cidade natal, decidiu deixar um bom emprego pelo amor à obra de Deus e, no Rio de Janeiro, quando ainda cursava o seminário, conheceu seu grande amor e mãe de sua única filha.
Mudou-se depois para a pequena cidade mineira de Mantena, onde encontrou uma igreja ainda sem telhado e decidiu fazer os cultos ao relento até que Deus mandasse o telhado. E veio em tempo recorde, não só o telhado, mas toda a reforma com a ajuda da comunidade. Na sequência, fundou a igreja de Linhares, no Espírito Santo, um dos maiores orgulhos de seu trabalho como missionário.
Waschington era um pastor evangélico dedicado que durante a vida colecionou inúmeras conversões. Considerado pai espiritual por vários de seus seguidores, apesar de não ser tão eloquente na pregação nos púlpitos, fora dele conquistava suas ovelhas por seu caráter e integridade. Não mentia, não abria mão de sua palavra e algumas vezes era exatamente esse comportamento íntegro que o afastava de algumas outras pessoas.
Sua formação profissional era mecânico industrial e ele tornou-se também um brilhante desenhista. Não acumulou posses porque não tinha amor aos bens materiais. Morava numa pequena casa alugada localizada a algumas quadras da igreja que pastoreava em Vila Velha (ES).
Possuía apenas um carrinho antigo, que ele mesmo batizou de "Guerreiro Branco", mas que a comunidade chamava de "Carro dos Flintstones", devido a alguns pequenos furos que permitiam enxergar o chão. Mesmo sendo um carro velho, tinha os documentos em dia. Waschington, muito correto, jamais dirigia sem habilitação.
Ao longo da vida construiu e manteve uma sólida relação familiar. Sua esposa o descreve como "companheiro exemplar"; a sogra, como "pai paciente".
Com a filha, mantinha um canal no YouTube chamado "Papai e Juju". Quando ela completou 12 anos, ele lhe deu um anel de presente e pediu que o retirasse do dedo apenas no altar, no dia de seu casamento. Com ela fez lindos planos para as festas de 15 anos e casamento. Sonhava dançar uma valsa com ela portando um lindo vestido.
Infelizmente essa bela história de vida foi interrompida quando, após ter celebrado o Natal de 2020, Waschington partiu antes do Ano-Novo para morar com o Mestre. Hoje sua família, alicerçada na fé, consegue, mesmo em meio à dor da separação, louvar e bendizer com as palavras: "Deus deu, e Deus nos tirou, bendito seja o nome do Senhor".
Waschington nasceu em Curitiba (PR) e faleceu em Vitória (ES), aos 43 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pelo irmão de Waschington, Wellington Josoé Faria de Oliveira. Este tributo foi apurado por Samara Lopes, editado por Vera Dias, revisado por Paola Mariz e moderado por Rayane Urani em 19 de maio de 2021.