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Wellington de Souza e Silva

1961 - 2020

Um "Gatão", que amava gatos e que ensinou esse amor aos filhos. Grande companheiro da vida, de toda a família.

Como os gatos, tinha o espírito livre e aventureiro. Amava a natureza, sua tranquilidade e beleza. Mas, como um felino a brincar ou caçar, tinha seus momentos de agitação.

Torcedor do Flamengo e amante da Fórmula 1, partilhava esse prezar em família. O filho Felipe nos conta do prazer de torcer ao lado dele. Era aquele tipo de pessoa que faz os melhores "amigos de infância" em cinco minutos.

Chameguento como um gatinho, cobria de afagos a filha Tamiris, sua "princesinha" e a pequena Clarinha, a neta emprestada da esposa Nete, a quem chamava de "minha linda esposa" e a quem fez juras de amor eterno. É a netinha quem consola toda a família, com sua sabedoria infantil: "o vovô está num lugar melhor, aqui tem muita maldade".

Andarilho, amava viajar, especialmente de carro. Sonhou ser motorista de ônibus de turismo. Também gostava de ser o guia nas viagens.

Quando mais jovem, ao lado da irmã Rosângela, curtia a noite de luzes, cores e música das discotecas, onde eles dançavam seu jeito engraçado de dançar, segundo ela. Eram famosos por isso.

Trabalhador sério e comprometido, foi assim que acabou encontrando o inimigo que o levaria. "A vida do meu pai não valia menos que o emprego dele, mas valeu. A saudade será eterna", diz a filha única. "Saudade sim, tristeza não", completa Eduardo, seu filho mais velho.

Era um homem de fé, que tinha certeza que, quando a sua vida fosse extinta desse plano, iria para um lugar muito bom, um lugar maravilhoso, com Deus. Certamente, está nesse lugar.

Wellington nasceu em São Gonçalo (RJ) e faleceu em São Gonçalo (RJ), aos 58 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Wellington, Tamiris Maria Pereira e Silva. Este tributo foi apurado por Hélida Matta, editado por Hélida Matta, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 11 de julho de 2020.