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Wellington Francisco Antonio da Silva

1971 - 2020

Era um daqueles seres humanos que são gratos pelo simples fato de acordarem todos os dias.

Wellington era alegria em meio a tristeza. Sempre tinha um ombro amigo e atenção para dar a qualquer um que mostrasse essa necessidade.

Era um homem que via oportunidade em aprender com todas as pessoas. Ouvia a todos, seja lá qual fosse a situação: um encontro no caixa do mercado ou até uma palestra acadêmica. Era um pesquisador da vida.

Um pai dedicado, um marido amigo e cúmplice. Wellington vivia por sua família e para disseminar a palavra de Deus. Era um grande divulgador da fé.

Escolheu e amava a profissão, muito consonante com sua personalidade de guia: foi motorista. De rodoviário de linhas municipais, ou no percurso interestadual, ligando Rio (RJ) a Vitória (ES). Sempre levando e trazendo as pessoas, disponível para ouvir e assim aprender. Sempre levando também os seus ensinamentos, na prática do diálogo sensível.

Foi motorista também para a empresa Eletronuclear, e aproveitava que estava na Costa Verde para visitar o sobrinho Matheus, que mora com a família em Paraty. Há tempos vinha alimentando o sonho de também levar a sua própria família para a cidade.

Mas ser motorista lhe proporcionou uma missão ainda mais especial... Foi o “Tio Wellington da Van”... transportando pequenos estudantes que os pais lhe confiavam... amou e foi amado por demais, nesses tempos...

Seu hobby era a TV... Telespectador ávido... assistia de tudo, e sabia
sobre tudo que dissesse respeito à programação. Nome dos programas, artistas envolvidos, período no ar... uma verdadeira enciclopédia sobre a televisão brasileira.

Wellington se foi, mas ensinou aos seus crer que tudo isso faz parte dos planos de Deus, que ele mesmo acreditava serem muito maiores que os planos dos homens.

“Wellington deixou para todos que o conheceram um rastro de amor ao próximo, fé em Deus, humildade, compaixão e caráter. Foi e é EXEMPLO. Sua memória sempre será respeitada como a de um grande ser humano. Descanse nos braços do Pai, Wellington.” Matheus encerra essa homenagem assim... linda e dignamente.

Wellington nasceu em São João de Meriti (RJ) e faleceu em Duque de Caxias (RJ), aos 48 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pelo sobrinho de Wellington, Matheus Alves. Este tributo foi apurado por Hélida Matta , editado por Hélida Matta, revisado por Otacílio Nunes e moderado por Rayane Urani em 10 de setembro de 2020.