1956 - 2020
Colocava a mão no ouvido para poder escutar melhor a própria cantoria, que sempre acontecia nas festas de família.
Mais conhecido como Tio Will, ele era uma pessoa superengraçada que cantava, brincava e encantava: uma pessoa assim, não dava motivos para ninguém falar mal dele. Todos os sobrinhos, mas todos mesmo, o amavam muito; e os filhos, o amavam ainda mais, porque desde quando seu casamento se desfez, ele cuidou deles sem a presença da mãe.
Os filhos, cinco mulheres e um homem, deram-lhe 18 netos. Cumpriu sua missão junto a eles sempre falando de Deus e demonstrando que os ensinamentos Dele deviam ser seguidos como regra de vida.
Se cada pessoa deixa uma marca inesquecível, a de Will foi a alegria. As palavras da sobrinha Pamela resumem esta característica: “O que conseguimos lembrar dele é que sempre foi o nosso palhacinho. Sua marca registrada era fazer todo mundo sorrir, todos ficavam alegres perto dele. A gente nunca via ele triste. Dos tios, ele sempre foi o mais querido”.
Nas festas de família, era sempre convocado a cantar e tinha a mania de colocar a mão no ouvido para escutar melhor a própria voz. Nestas reuniões ele vivia brincando e fazendo piadas.
Expressava o seu amor à família de várias maneiras e uma delas era aparecer "do nada" na casa dos parentes. Amava ir à casa de todos os irmãos e, para ele, não importava a idade da pessoa a ser visitada. De repente, lá estava ele na porta da casa da pessoa; mas isto não o tornava um sujeito invasivo, porque sempre se portava de forma muito educada.
Com sua humildade ímpar, apresentava-se sempre arrumadinho, de calça e camisa social, mas nunca tirava do pé a chinela de borracha, aquela de dedo. Esta combinação inusitada, de traje social com uma sandalinha, reforçava outro traço de seu modo singular de ser: a informalidade.
Will era estofador de profissão, ofício que ensinou aos filhos e a vários sobrinhos, que fizeram dele o seu sustento. Trabalhou muito e sabia fazer os melhores sofás, sempre muito caprichados. Não obstante, conseguiu realizar o sonho de trabalhar por algum tempo como palhaço no parque Beto Carreiro.
Suas habilidades não paravam por aí, pois além de exímio estofador e de palhaço — por um tempo como profissional e nos encontros de família —, ele fazia uma comida maravilhosa, que se chamava "reviro", e que toda a família amava!
Por tudo isso e muito mais, Tio Will será para sempre lembrado! Eternas saudades da sobrinha Pamela e dos irmãos Jone, Ione, Sandra, Sônia, Bill, Jhon e Veriato.
Will nasceu em Novo Hamburgo (RS) e faleceu em Curitiba (PR), aos 64 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela sobrinha de Will, Pamela Roberta Cavazotti. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Gabriel Rodrigues , revisado por Maria Eugênia Laurito Summa e moderado por Rayane Urani em 17 de outubro de 2021.