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Wilson Andriato

1944 - 2020

Era sempre ele quem puxava o brinde em família: "Arriba, abajo, al centro y adentro!"

Uma das comprovações de que Wilson amou e foi muito amado é a quantidade de homenagens que recebeu. Sempre pronto para uma boa conversa ou para uma boa leitura, foi um homem de muita espirituosidade. "Quando ele saía no portão e nossa querida vizinha gritava de longe, 'e aí, véi?', ele logo respondia, com um enorme sorriso: 'Véio é o seu pensamento!'", conta a filha Waldinéia.

Foi, também, referência de sabedoria. Ele dizia que era preciso ser confiável nas pequenas coisas, "pois só assim se poderia então ser confiável nas grandes também". Para além da filosofia, também ensinou brincadeiras que serão cultivadas por toda a família para sempre, como o costume de sempre brindar dizendo: "Arriba, abajo, al centro y adentro!"

Família, aliás, foi seu grande legado. Esposo, pai, sogro e avô de Hellen, Evellyn, Mariana, Esther e Allan Enrique, que hoje o chamam de "estrelinha" e fazem lindos desenhos para se manterem pertinho dele. Tão querido que hoje recebe homenagens de cada um dos integrantes da família que construiu.

"Se hoje sentimos tantas saudades, é porque o amamos muito e jamais iremos esquecê-lo", diz a sua esposa, Regina.

"A morte leva as melhores pessoas para longe, mas não tem o poder de tirar as memórias e os sentimentos de dentro de nós", acrescenta a filha mais velha, Wanúbia, que ele chamava de "Número Um".

"A saudade hoje mora junto com meu amor e com todo meu carinho e respeito ao homem que sempre criou e educou seus quatro filhos com honestidade e fé. Fomos muito felizes!", diz a "Número Dois", Waldinéia.

"Tal vô, tal neto. Vejo muito do meu pai no meu filho... Graças a Deus por isso! Orgulho desse sangue Andriato", conta a filha Wiviani, a "Número Três", ao ver uma foto em que o vovô Wilson e o neto, Allan Enrique, estão ambos no carro, mostrando as línguas.

Thiago, seu caçula, e conhecido como "Raspa do Tacho" da família, lembra que, para seu pai, não era preciso muito para que a farra em casa fosse armada: "Faltam palavras para descrever o quanto esse cara vai fazer falta em minha vida! Vou levar comigo todos os seus ensinamentos. Respeito, dignidade, coragem e honestidade".

E mesmo a sua nora, a noiva de Thiago, Ludmila, conta que para ela, Wilson foi mais que sogro, foi um exemplo de pai. "Era um homem muito inteligente e que soube não só educar seus filhos, mas também a quem ficava perto dele."

Allan, seu genro, foi mais um agraciado pela presença de Wilson. "Como fomos felizes juntos! Aprendi muito com você, era como um pai, meu amigo, meu parceiro de farra, meu conselheiro, vou te levar sempre no meu coração", diz ele.

Sua nora Shay, esposa de Wanúbia, relembra do sogro citando um verso de Tim Maia: "Não sei porque você se foi / quantas saudades vou sentir / e de tristeza vou viver / aquele adeus que não pude dar... E eu, gostava tanto de você."

Robson, seu genro, finaliza as homenagens familiares: "Já faz meses que você partiu e mesmo assim é possível sentir a sua presença em nossas conversas. Até breve, meu velho!"

Wilson nasceu em Cachoeiro de Itapemirim (ES) e faleceu em Serra (ES), aos 75 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pelos filhos, genros, noras e pela esposa de Wilson, Wanubia, Waldinéia, Wiviani, Thiago, Robson, Allan, Ludmila, Shay e Regina. Este tributo foi apurado por Lígia Franzin, editado por Gabriela Monteiro, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 19 de setembro de 2020.