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Wilson dos Santos

1947 - 2020

Poeta, escrevia cartas e bilhetes cheios de amor e com a caligrafia tão bonita quanto ele.

O cheiro de café que ele fazia acordava a casa. O aroma conduzia todos para a mesa posta com carinho pelo patriarca Wilson. Começavam os dias juntos. A neta mais velha perguntava: "Qual a pauta de hoje?" Daí, o avô dava a letra. Contava causos e falava de assuntos variados.

No domingo, a alegria e amor de seu Wilson também estavam à mesa do almoço.

A esposa dizia que ela era melado, de tão doce, carinhoso... Amava cultivar flores e aguardava pela primavera para ver o desabrochar do que havia plantado há pouco, não viu, mas as flores serão parte da herança que deixou para a família.

Era um poeta. Afetuoso, escrevia cartas e bilhetes cheios de amor. A caligrafia era tão linda como o que ele expressava nesses textos.

Olhava todos com amor e sem julgamento; independente da crença, conseguia mostrar o amor de Deus que nele emanava.

A neta Isabela o define como o sol que acolhia. Esse avô solar continua a iluminar aqueles que o amavam.

Wilson nasceu em Peruíbe (SP) e faleceu em Santos (SP), aos 73 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela neta de Wilson, Isabela Alves dos Santos. Este tributo foi apurado por Thaíssa Parente, editado por Talita Camargos, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 14 de fevereiro de 2021.