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Wilson Rodrigues Pires

1955 - 2020

Tinha vocabulário próprio: chamava todos de maninho ou maninha, daí um de seus apelidos.

Wilson, também conhecido como Chico, Chicão, Pesão e Maninho, foi um motorista que amava pescar, usando anzol ou tarrafa.

Sua risada era contagiante e ele coçava os olhos toda vez que ria. Era a graça da família.

Em 2015 precisou de um transplante renal e 33 familiares ofereceram-se para doar um rim, mas foi Eliete, sua companheira por mais de 35 anos, que cedeu o seu. Foi com ela que teve a única filha, Lorena, que aponta o pai como um herói.

Adorava frango com quiabo, preparado com esmero por Eliete.

Wilson não tinha medo de morrer: era cristão e acreditava na volta de Jesus. Para ele, a morte seria apenas um sonho aguardando a manhã da ressurreição. Será lembrado por quem o conheceu por sua alegria de viver.

Wilson nasceu em Itueta (MG) e faleceu em Viana (ES), aos 64 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela filha de Wilson, Lorena Rodrigues Sant’Anna Pires. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Alexandre Ramos Costa, revisado por Paola Mariz e moderado por Rayane Urani em 28 de maio de 2021.