1923 - 2020
Matriarca da 5ª geração da família Andrade. Quando não tinha telefone, ia ao trabalho dos filhos visitá-los.
Dona Nana, como era carinhosamente chamada, nasceu em 1923. Filha de Raimundo Felino e Júlia Victor, teve apenas um irmão e casou-se com Antônio Chagas Marques.
O casamento não durou a vida toda e ela ficou sozinha com os filhos ainda pequenos, mas com muita garra e determinação ergueu a cabeça e foi à luta. Deixava as filhas, Bete e Laís, em casa cuidando dos pequenos e levava os maiores para o roçado, onde plantavam e colhiam os frutos para o sustento da família. Todos os filhos têm inúmeras histórias dessa época...
Apesar de não terem tido muitas oportunidades de estudo, tiveram com a mãe uma excelente professora.
Ao todo dona Nana teve dez filhos, sendo cinco homens e cinco mulheres. O filho mais velho faleceu. Anos depois, perdeu também uma filha.
Para o orgulho da mãe, todos os filhos seguiram seu exemplo: trabalho e honestidade sempre. Como mãe protetora, na época em que não tinha telefone, fazia questão de ir à casa ou no local de trabalho dos filhos para saber como estavam.
Os genros e noras nutriam por ela um amor incondicional. Ela foi muito querida por todos... Tanto os ex quanto os atuais.
Conforme o tempo foi passando a família foi aumentando e a matriarca dona Nana deixou uma história linda que vai até a quinta geração da família Andrade: 8 filhos, 46 netos, 63 bisnetos, 37 trinetos e 1 tataraneto.
O aniversário dela sempre foi um marco para toda a família. Dia 28 de julho era data certa para o encontro de toda a família e agregados. Casa cheia com bagunça a deixava muito feliz. E também era dessa mesma forma, com a casa cheia de gente, que a família gostaria de ter se despedido de dona Nana.
“Ô mãezinha, como nos orgulha tua história! Por mais que eu viva cem anos, jamais a esquecerei. Obrigada meu Deus por esses 96 anos que o Senhor nos permitiu viver ao lado de nossa mãe. A tristeza, a angústia e a saudade agora nos invadem, mesmo sabendo que está sem sofrimento e nos braços do Pai.”, desabafa sua filha.
Ana nasceu Tarauacá (AC) e faleceu Cruzeiro do Sul (AC), aos 96 anos, vítima do novo coronavírus.
História revisada por Andressa Cunha, a partir do testemunho enviado por filha Liberdade Marques de Andrade, em 19 de maio de 2020.