Antônio Marcelino da Silva

1950 - 2020

Com a chegada dos netos, soube demonstrar todo o amor que guardava no peito.

Este é um tributo escrito por Zuleide em nome de toda a família Marcelino:

Antônio Marcelino nasceu na Paraíba dia 19 de maio de 1950, foi pra Pernambuco ainda criança e ganhou o apelido de Burrico, "burro pequeno", pois trabalhava carregando cana nas costas.

Perdeu o pai logo cedo e assumiu o compromisso de cuidar da mãe e das irmãs. Casou-se com Marluce e da união do casal nasceram Zilda, Zélia, Gildo, Zelma, Zenaide e Zuleide.

Com os filhos já adultos e impossibilitado de trabalhar por problemas na coluna, Antônio voltou a estudar. Por conta de ter iniciado o trabalho precocemente, não havia tido essa oportunidade até então. Sua mente foi se abrindo para um mundo que havia sido travado quando criança.

Tempos depois, com a amputação de uma das pernas, Antônio teve certeza do quanto era amado pelos filhos. A partir dali, mesmo com as falhas de sua visão grossa ─ fruto de seu passado e de sua criação ─ e no sofrimento das suas dores, começou sua melhor fase: com beijos, abraços e mais brincadeiras e piadas como nunca...

Chegaram novas situações para serem enfrentadas, iniciou o tratamento e as sessões de hemodiálise, mas também chegaram mais netos e bisnetos. E ele seguia forte no propósito de passar amor e sentir amor, coisa que certamente não teve quando criança. Sempre deixava as crianças livres para fazerem o que quisessem: brincar com barro, tomar banho de mangueira, pegar suas ferramentas... Estava constantemente sorrindo de tudo e fazendo companhia nas festas da família.

Mas Deus, que faz tudo no seu tempo, entregou nosso pai em forma bruta para o mundo, e ele soube aproveitar-se de todas as chances para ser lapidado e então tornar-se essa pedra preciosa pra nós!