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Antonio Salustiano Barbosa

1934 - 2020

Um nordestino adorável. Deixou muitos ensinamentos e saudades por toda Caiçara.

Seu Antonio era um ser cheio de vida e disposição. Carinhoso, bem-humorado e dono de uma alegria que contagiava todos que estivessem por perto.

O típico nordestino arretado de um coração gigante e que não dispensava trabalho. Guerreiro desde muito novo, sempre trabalhou para que nada faltasse à família. Na agricultura conquistava o pão de cada dia e, por muitos anos, foi marchante de carneiros.

“Era conhecido em Caiçara, no interior da Paraíba, como Antonio Salú. Cidade na qual passou toda a sua vida e onde era o único que sabia dar o nó do cordão de São Francisco nos falecidos. Por isso, esteve presente em quase todos os velórios caiçarenses”, relembra Natália, sua neta.

Foi nessa pequena cidade que ele formou sua família, uma das maiores de Caiçara. Ao lado de dona Joaninha viveu e partilhou momentos inesquecíveis. O pai do Antônio, Marcelo, José, João, Pedro, Roberto, Jacinto, Vera, Lúcia, Maria do Rosário, Roseane e Amorim. Dentre suas paixões também estava Camilinha, a neta que morava ao lado.

Antonio Salú adorava visitar os amigos e tinha a mania de divertir a todos com suas histórias. Ajudar o próximo fazia parte da sua essência. Com a família e amigos, era sempre cuidadoso e solícito.

A feirinha, visitada aos sábados, onde antes garantia o sustento da família, agora servia para visitar os amigos, conversar e se distrair. Logo ele, tão afetuoso e que amava ter a casa cheia, não pôde sequer receber um último adeus dos seus.

Seu Antonio foi mesmo um guerreiro e tanto. Sábio e bondoso, enfrentou tudo com muita serenidade. Ao lado da sua amada Joaninha permaneceu até o fim.

A neta Natália finaliza contando um pouco sobre o seu legado:

“Ele foi um grande pai, avô, marido, amigo. Um homem do bem, de um caráter invejável e sempre alegre. Virou referência em Caiçara, onde todos o conheciam. A pequena cidade nunca mais terá o mesmo pôr do sol sem ele sentado na calçada para ver mais um dia se encerrar. As lembranças que ficam são inexplicáveis, pois foi uma pessoa que sempre fez o bem. Seu legado jamais será esquecido.”

Antonio nasceu em Caiçara (PB) e faleceu em Caiçara (PB), aos 85 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela neta de Antonio, Natália Barboza Vivarini. Este tributo foi apurado por Júllia Cássia, editado por Thiago Santos, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 14 de fevereiro de 2021.