1940 - 2020
Nenhuma dificuldade fez arrefecer o caráter da professora Quinha, nem silenciar sua boca para professar o bem.
Dona de um coração enorme, dona Quinha, como era conhecida, era professora aposentada e se orgulhava de ter alfabetizado grande parte da população sumeense.
Gostava muito de novelas, mas só a partir do terceiro capítulo, nos dois primeiros sempre dizia "essa novela não vai prestar!"
Era uma mãe zelosa de seis filhos, sendo que quatro deles portam deficiência, por isso, tratava-os por "meus meninos", mesmo já sendo ambos adultos.
Seu pai era engenheiro do DNOCS e se mudou para a sua querida Sumé quando ela era moça. Casou com um sumeense e houve uma grande festa na cidade. A festa favorita da católica Quinha era a Festa da padroeira, Nossa Senhora da Conceição, comemorada no dia 8 de dezembro. Além de ser uma festa de guarda em toda a Igreja Católica, o dia era sempre celebrado com muita alegria para essa mulher.
Como não era natural de Sumé, seu sonho era receber o título de cidadã sumeense. E, finalmente ela receberia, a solenidade tinha até data marcada, mas a pandemia interrompeu sua realização.
Francisca nasceu em Coremas (PB) e faleceu em Sumé (PB), aos 79 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela nora de Francisca, Maria Lucileide Batista da Silva. Este tributo foi apurado por Andressa Vieira, editado por Hélida Matta, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 6 de março de 2021.