Francisco José de Oliveira Victorino

1949 - 2021

Gostava tanto de novidades que desejava viajar no primeiro foguete que levasse passageiros à Lua.

Com sua sede de conhecimentos, Francisco apreciava a leitura e os estudos sobre todos os assuntos. Determinado, conseguiu se formar no Curso de Engenharia aos 68 anos de idade.

Amava com todas as forças sua esposa Maria das Neves a quem chamava de "Santa". Era um bom profissional, bom pai, marido e avô. Meio molenga com os netos fazia tudo o que eles queriam, porém era exigente quanto ao estudo, tanto deles como das filhas já crescidas e a quem ele chamava pelos números: Filha n° 1, Filha n° 2 e Filha n° 3.

Era brabo, reclamão, exigente assim como cuidadoso, zeloso, protetor e firme em seus posicionamentos como conta a filha Ana Lúcia: “Sempre que queria fazer algo que talvez não concordássemos, terminava a frase perguntando: Conversamos? Que para ele significava: "Estamos combinados?".

Ele falava muito de Jesus e era de uma generosidade sem fim, chegando ao ponto de ter saído arrumado de casa em dia frio e voltar sem camisa, porque deu seu casaco a quem precisava.

Era capaz de, por solidariedade, fazer Ceia de Natal para os moradores de rua. Muitas são as histórias que deixou na memória da família, como a que aconteceu um certo dia quando ele estava no portão e foi abordado para ser assaltado.

Na hora ele disse ao assaltante que não tinha nada para ele. O rapaz o informou que estava fazendo aquilo, pois estava passando necessidade. Então, lhe disse que não possuía dinheiro, mas que tinha um prato de comida e que, pelo menos naquela hora, ele não teria fome. Entrou com ele que se sentou na escada do prédio e almoçou.

O que pareceu loucura para alguns, para ele significava apenas que quem já passou necessidade, entende a fome alheia, ao final desse episódio, o rapaz lhe disse que estava com vergonha por ter tentado assaltá-lo e que após comer ele nunca mais o veria. E assim aconteceu... ele almoçou e foi embora para nunca mais.

Assim viveu José Francisco!