Memorial
Inumeráveis

O Memorial Inumeráveis vem escrevendo a história de milhares de vítimas do coronavírus, através de uma rede de centenas de voluntários, em um processo interativo de luto e cura sem precedentes no Brasil.

Agora queremos transformar esse memorial em uma experiência física, aberta a toda população. Uma jornada de memória e cura a céu aberto, onde o ar não mais faltará. Uma visão para a cidade de São Paulo pós-pandemia.

A construção do Memorial Inumeráveis na cidade de São Paulo conta com o apoio da Secretaria da Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo.

Uma jornada de cura.

Escondida entre as árvores do parque surge uma arquitetura curvilínea. Na entrada, um muro que corta o memorial ao meio. No muro um texto sobre um novo vírus e a histórica resposta da raça humana a ele.

Um texto sobre a velocidade de uma ameaça invisível que alcançou o mundo todo.
Sobre a importância da ciência e falta de crença nela.
Sobre o isolamento social e sobre o avanço no uso da tecnologia para nos sentirmos mais próximos.
Sobre como a nossa relação desequilibrada com os animais está na origem deste mal.
Sobre líderes que trocaram milhares de vidas humanas pela vontade de avançar a qualquer custo, e sobre aqueles que os desafiaram.

Um pouco à frente se apresentam duas rampas, e existe a necessidade de se escolher uma.

Os nomes de todas as vítimas no Brasil estarão gravados em metal preenchendo o guarda-corpo da rampa. Um amplo espaço vazio, silencioso, passa a separar os visitantes nos lembrando do isolamento social e da solidão do luto.

A cada pôr do sol, um ritual interativo de luz e conexão.

Todos os dias junto com o pôr do sol, o memorial acenderá suas luzes que iluminam individualmente cada nome gravado.

Quando um visitante aponta seu celular para um nome, ele é direcionado para a história daquela pessoa no site do Memorial. Neste momento a luz individual daquele nome gravado no metal acende com mais intensidade - como se estivesse sentindo a conexão.

Durante esta uma hora, mesmo que o visitante acesse o site do outro lado do mundo, ele será capaz de fazer uma luz brilhar fisicamente no memorial.

E, assim, por meio da intensidade das luzes as pessoas que estiverem fisicamente no memorial vão sentir as conexões vindas de todo o mundo.

A saudade do toque.

No fim da rampa, o visitante enxerga uma instalação artística composta por dois vidros que parecem dividir o espaço.

Contudo, a instalação cria uma ponte sensorial entre as duas rampas. Quando alguém toca o vidro de um lado e outra pessoa toca o vidro do outro lado, no mesmo lugar e ao mesmo tempo, ambas sentem fisicamente que se tocaram por meio de uma gentil vibração.

"Nada que pareceria distante pode suportar a decisão de um encontro. Simbólico ou real, a vida de amor perdida segue, dentro de nós."

Ana Claudia Quintana Arantes, médica, paliativista e integrante do time Inumeráveis.


A instalação funciona por meio de sensores e atuadores eletrônicos invisíveis aos visitantes e representa o papel essencial da tecnologia em manter a sociedade conectada durante o isolamento social.

O espaço da instalação no memorial marca o fim da crise e o início de um recomeço. A descida da escada, degrau a degrau, são os vários passos necessários para a retomada das relações presenciais até que a sociedade encontre um terreno comum.

Celebrando o fim do distanciamento social, a escada neste momento também se torna arquibancada para abrigar encontros e conversas presenciais.

Sentir a terra e a grama novamente juntos simboliza a reaproximação e abre caminho para as necessárias conversas sobre o que aprendemos e como a sociedade se transformou.

A árvore, centralizada à frente da arquibancada, é a parte mais alta do Memorial. É ao redor dela que sentamos para nos lembrar que a nossa relação desequilibrada com a natureza e os animais foi um fator crítico para o surgimento do vírus que iniciou a crise.

Mas é também ao redor desta mesma árvore que nos unimos para discutir e projetar um futuro mais harmonioso entre a natureza e a raça humana que faz parte dela.

"A vida insiste em se mostrar sob o sol, sob o tempo, revelando o que mais precisamos aprender no tempo de luto: aprender a recriar o que éramos sob os olhos do amor de quem perdemos. O amor não morre. O amor renasce a cada dia, sob o céu, ao lado do muro, na direção da árvore, da vida. Ainda que precise de silêncio, vale a pena"

Ana Claudia Quintana Arantes, médica, paliativista e integrante do time Inumeráveis.

As raízes do Memorial Inumeráveis e a demanda da sociedade por um espaço de memória.

"Não há quem goste de ser número,
gente merece existir em prosa."

Edson Pavoni, artista idealizador do Memorial Inumeráveis.

Todos os dias milhares de pessoas visitam, compartilham e enviam histórias para o Memorial Inumeráveis em sua versão digital. O Memorial colaborativo, que nasceu no início da pandemia no Brasil, reúne as histórias de vida de pessoas indígenas, quilombolas, ribeirinhas, ricas, pobres, pretas, brancas, de todas as regiões do país.

A diversidade e velocidade de adesão ao Memorial reforça a certeza de que um espaço solene de celebração destas vidas é uma demanda da sociedade.

"O luto é o abrigo para a dor da perda. Preserva dentro da gente as marcas que gravaram a experiência do vínculo. Faz morada em nossa memória através do acesso constante das lembranças que ficaram, protege os afetos que sentimos, é guardião da vida que antes pulsava e que agora é silêncio. Por essa razão, o luto reivindica um lugar de expressão. Precisa de voz e de partilha e a saudade é o seu manifesto."

Silvana Aquino, psicóloga, paliativista e integrante do time Inumeráveis.

Porque construir esse Memorial?

A construção do Memorial Inumeráveis na cidade de São Paulo em homenagem às vítimas da pandemia no Brasil se faz justa pelo reconhecimento material da verdade, pelo amparo às milhares de famílias enlutadas e pelo serviço memorial histórico que deve ajudar as futuras gerações da sociedade brasileira a não cometerem os mesmos erros que cometemos.

Sobre o reconhecimento material da verdade.
Mesmo durante a pandemia com as diversas notícias de mortes e hospitalizações por todo território nacional, muitos brasileiros ainda duvidam que a pandemia existe, ou que tenha a dimensão que tem, acreditando em notícias falsas que diminuem ou mesmo anulam a verdade de que o Brasil perdeu e segue perdendo inumeráveis cidadãos, e que muitas dessas mortes poderiam ter sido evitadas.
Se esse entendimento é difuso nesse momento, há o risco de que seja mais difuso para as próximas gerações.
É dever do Estado criar provas materiais e históricas que ajudem a sociedade a compreender a gravidade dos fatos desta pandemia para esta e para as próximas gerações.

Sobre o amparo às milhares de famílias enlutadas.
Neste momento 1 em cada 36 brasileiros sofre a dor do luto e a imensa maioria dessas pessoas não pôde sequer acompanhar o enterro da pessoa que perdeu. Não pôde se despedir, e não pôde ver o corpo da sua pessoa querida. Os rituais fúnebres acompanham os seres humanos desde o inicio. Nós precisamos de rituais para processar e elaborar o luto. O Memorial Inumeráveis se propõe a ser um ritual coletivo para aqueles que não tiveram a possibilidade de se despedir. Ele é uma prova material da ausência. Sendo assim compõe a elaboração do luto individual de cada brasileiro em uma experiência coletiva de reconhecimento da dor e da ausência daqueles que perdemos.

Sobre o serviço histórico para futuras gerações.
Pandemias são eventos violentos e imprevisíveis, capazes de dizimar grande parte da população mundial. São também eventos que exigem grande coordenação social e confiança no Estado. A pandemia que estamos passando não foi a primeira a atingir o Brasil e muito possivelmente não será a última. O que nós como sociedade aprendemos? O que nós não podemos esquecer? Constituir um espaço arquitetônico memorial é uma solução para manter viva a memória das pessoas que perdemos mas também das decisões que tomamos como sociedade, dos erros que cometemos e das soluções que criamos no enfrentamento dessa pandemia.

São Paulo foi o epicentro da pandemia, justo que se torne o epicentro da memória, do protesto e da cura.




As 3 fases do luto

A travessia pelo memorial foi idealizada como um ritual. Uma jornada de memória e cura através das 3 fases do luto.




A primeira fase do processo de luto é O Grito.
Começa no momento em que o vínculo é rompido. A realização de que alguém muito importante pra você foi embora da sua vida e nunca mais voltará. O início do caminho em direção à reconstrução. Representado pelo muro que corta o Memorial ao meio.

A segunda fase é O Silêncio.
Um dos mais duros e representativos trechos da jornada. A ausência da voz daquela pessoa e a impossibilidade de se ver nos olhos dela. Representado no memorial pelo intensional vazio que se impõe a sua frente quando você encontra o nome da pessoa que partiu.

A terceira e última fase é A Música.
A música chega gradualmente e sua aliada é o tempo. É nessa fase que realizamos que a vida nunca mais vai ser a mesma. Ela vai ser diferente, mas nem por isso precisa ser pior. As coisas que experimentamos em vida junto com a pessoa que partiu permanecem na nossa memória e por isso a própria pessoa também permanece. Essa fase é representada no Memorial pela Árvore e os espaços em volta dela.


Experiências-ponte por meio de narrativas gratuitas em áudio.

Existem muitas jornadas possíveis dentro do Memorial Inumeráveis. Se você é indígena ou interessado no impacto da pandemia nos povos indígenas no Brasil, por exemplo, talvez você queira ser conduzido em uma visita guiada ouvindo a voz de um indígena, que te explica cada parte do Memorial e te conta as histórias indígenas contidas nele.

A ideia é que diversos guias em áudio sejam produzidos para que os visitante possam escolher entre diversos pontos de vista: indígenas, ribeirinhos, quilombolas, jovens, periféricos, LGBTQI+, negros, profissionais da área da saúde e outros.



Programa de educação e o aprendizado com o corpo.

A experiência educativa do Memorial Inumeráveis trará as artes do corpo como ferramenta de reflexão e ação para abordar o tema central da proposta deste projeto: memória e ritos de passagem.

Educadores corporais serão incentivados a conduzir oficinas, aulas e outras experiências sensoriais a partir de dinâmicas e jogos coletivos, vivências de movimentos corporais, tendo como referência os ritos de passagem da cultura brasileira.

"Carregamos memória em nosso corpo, as passagens e trajetos que percorremos deixam marcas que um dia poderão ser contadas por alguém. As marcas são os rituais de passagem da cultura de um povo.

O corpo é nosso maior órgão de percepção, por meio dele interagimos com o outro, com o meio, e elaboramos pensamentos que partem antes de tudo das sensações. É o corpo na linha de frente das descobertas e da construção das memórias. Nos movimentos da dança, refletimos sobre como ocupamos espaços internos e externos, construindo assim entendimentos sobre os ciclos da vida – vida e morte, ficar e partir, início e fim.

Celebremos as memórias daqueles que não estão mais entre nós. Celebremos as passagens percorridas com amor e arte."

Rubens Oliveira, coreógrafo, arte-educador e integrante do time Inumeráveis.

Passo-a-passo emocional da jornada de elaboração do luto.

Descrita por Ana Claudia Quintana Arantes, médica, paliativista e integrante do time Inumeráveis.

A perda chegou, a dor é imensa, a vida parece que foi devorada junto da ausência. Mas o tempo não para, ele segue. E a vida, mesmo que sem sentido do lado de dentro, segue seu sentido pelo lado de fora. Existe um rumo a seguir. Não há como parar o tempo. E a direção da vida é de se recriar. Começa a dor no dia que nos damos conta de que a morte vai chegar. Esse tempo de consciência da morte que logo pode chegar é carregado, é denso, é pesado. E a morte chega, impune, irremediável, incontestável. Uma interrupção no caminho, um mundo sem saída. Um muro. Não há grito maior do que seu silêncio.

Diante do muro só resta olhar para cima. Ao lado, abaixo há espaço para a história que foi vivida até aquele dia que termina. Dia que termina com o mundo que conhecíamos antes, quando aquela vida amada poderia ser contemplada, com os olhos, com os sorrisos, com o toque. E o muro chega para deixar claro que a vida que conhecíamos não segue igual.

Olhando em frente, caminhando em paralelo ao muro, a vida segue. Aqui o entendimento que o tempo de luto segue conosco, a consciência da perda nos acompanhará para sempre. Mas se caminhamos, ao longo do muro, em algum momento vamos ter um encontro com um espaço.

Todo o processo de luto que vivemos, que começa quando perdemos uma pessoa que amamos, vai ser elaborado e construído pelo caminho do lado de dentro, pelo caminho que a relação interrompida ocupa na nossa vida. E este espaço muitas vezes pode ser entendido como uma caminhada em espiral, circular, mas que não nos leva para o mesmo lugar.

Cada vez que choramos a dor, caminhamos. E quando vamos chorar de novo já não são as mesmas lágrimas. Já teremos tido tempo, a cada dia, a cada momento, a cada lembrança, que pouco a pouco vai se distanciando do dia da morte e se ampliando em direção ao tempo saudade. Na saudade não cabe tempos de dor. Ninguém tem saudade de sofrer. A gente sente saudade só de amor.

Na experiência deste luto coletivo, olhamos num "guarda-corpo" onde, mais do que um espaço de proteção a quem circula por um abismo, encontramos os nomes das pessoas que serão guardadas pela memória de quem vive. Só quem vive pode olhar e aprender sobre cada nome. Quem vive pode habitar uma conexão com algum nome que permanece eterno neste "guarda corpo".

E o caminho redondo segue. Até um ponto que parece acabar, um vidro se interpõe entre alguém e outro alguém. Um toque na tela. Magia da vida nova: o toque mágico faz acontecer mais um encontro. Nada que pareceria distante pode suportar a decisão de um encontro. Simbólico ou real, a vida de amor perdida segue, dentro de nós.

Neste balanço, muitas vezes inconsolável, o tempo passa. E a dor vai amenizando se nos permitimos olhar em volta, descer as escadas do medo e começarmos a nos reconectar com o mundo que ainda existe.

E havemos de encontrar muitas pessoas que, quando contamos de uma perda, nos dizem: eu também perdi alguém. No momento que encontramos pessoas que podem compreender nossa dor, sem que a gente precise explicar ou justificar porque a vida perdeu o sentido, o sentido desta vida já pode querer estar de volta. Nestes encontros de “eu também” pode haver um sorriso, uma lágrima partilhada, e até a retomada dos abraços adiados. Encontraremos horizontes nestes abraços.

Na direção orientada pelo muro, uma árvore é apontada. A morte nos conduz a uma nova vida. Sob a árvore, ainda há espaço. Apesar da morte, a vida insiste em se mostrar sob o sol, sob o tempo, revelando o que mais precisamos aprender no tempo de luto: aprender a recriar o que éramos sob os olhos do amor de quem perdemos.

O amor não morre. O amor renasce a cada dia, sob o céu, ao lado do muro, na direção da árvore, da vida.

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O Memorial Inumeráveis em São Paulo é uma obra do artista Edson Pavoni em colaboração com o empreendedor social Rogério Oliveira, os arquitetos e urbanistas Maria Luiza de Barros e Guilherme Bullejos, a jornalista Alana Rizzo, a psicóloga paliativista Silvana Aquino, a médica e também paliativista Ana Claudia Quintana Arantes, a bióloga e ativista Gabriela Veiga, o produtor cultural Rogério Zé, o coreógrafo Rubens Oliveira, o tecnologista Jonathan Querubina e a escritora Giovana Madalosso.


Edson Pavoni

Artista que usa tecnologia para criar novas formas de conexão entre pessoas. É co-criador do Memorial Inumeráveis e autor da visão espacial do Memorial para cidade de São Paulo.

Rogério Oliveira

Empreendedor com mais de 12 anos de experiência na criação de negócios sociais, co-fundador da Yunus Negócios Sociais em sociedade com o Prêmio Nobel da Paz Muhammad Yunus e co-criador do Memorial Inumeráveis.

Maria Luiza de Barros

Arquiteta urbanista, especializada em estudos urbanos, cultura e linguagens. Atua na área da teoria crítica e história das cidades. Co-criadora da Cidade Quintal e atuou na criação de projetos com foco em raça, gênero e artes visuais.

Guilherme Bullejos

Arquiteto e urbanista pela FAU-USP e líder de arquitetura do estúdio de criação Spaces&Creatures é especialista em projetar arquiteturas paramétricas e espaços interativos que usam tecnologia para criar conexões sensíveis com o público.

Alana Rizzo

Jornalista especializada na área investigativa é co-fundadora do Redes Cordiais e uma das principais autoridades no Brasil sobre o tema do combate à desinformação.

Silvana Aquino

Psicóloga e paliativista, mestra pela Universidade Gama Filho. Além de atuar por dez anos no Instituto Nacional de Câncer, na Unidade de Cuidados Paliativos é autora do livro Histórias do Fim da Vida.

Ana Cláudia Quintana

Médica e especializada em Cuidados Paliativos pelo Instituto Pallium e Universidade de Oxford. Autora da sensível e corajosa palestra “A Morte é um dia que vale a pena viver” vista por mais de 2 milhões de pessoas.

Rayane Urani

Diretora executiva do Memorial Inumeráveis. Responsável pelo constante desenvolvimento do método de entrevistar e contar histórias. Líder dos processos internos e da cultura de voluntariado do projeto.

Gabriela Veiga

Bióloga especializada em botânica, ativista pelos direitos animais e difusora do papel da causa animal na origem da pandemia, é também co-líder do time inumeráveis focado em dar visibilidade à causa indígena.

Rogério Zé

Produtor cultural especializado em criar grandes projetos públicos de arte e cultura, é também líder do time inumeráveis focado em parcerias institucionais com universidades de todo o Brasil.

Rubens Oliveira

Bailarino, coreografo e arte educador que usa a dança para propor transformação social e construção de identidade, atuou na criação do Núcleo de Dança Pélagos, e no projeto Chega de Saudades ambos com foco em jovens das periferias de São Paulo.

Jonathan Querubina

Tecnologista, programador e com ampla experiência em sistemas que precisam ser usados por milhões de pessoas ao mesmo tempo é líder de tecnologia da empresa D3 e também o líder de tecnologia do Memorial Inumeráveis.

Giovana Madalosso

Escritora romancista e poeta, autora do premiado livro A Teta Racional, colunista do Projeto Fervura onde fala sobre aquecimento global é também co-líder do time inumeráveis focado em dar visibilidade à causa indígena.

Marcello Dantas

Uma das personalidades mais importantes do território da arte no Brasil. Curador e diretor artístico, criador de museus como o aclamado Museu da Língua Portuguesa e de exposições como Ai Weiwei Raiz.