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Linaldo Alves da Silva

1972 - 2020

Ele era conhecido como Risadinha. Pudera! Fazia sorrir todos os que tiveram o privilégio de conhecê-lo.

Epitáfio: Não havia um só dia em que não se preocupasse com o próximo. Se fosse preciso, tirava da própria mesa.

"Ele tinha os olhos miúdos, um sorriso sincero no rosto, e por trás daqueles olhinhos apertados, havia o infinito: um ser humano doce, gentil, solidário, um pai maravilhoso e um homem de muita fé. Assim era o Linaldo", conta a filha Lívia.

Ele teve que abandonar a escola cedo, para trabalhar e levar sustento à família. Não tinha medo do trabalho duro: era motorista de caminhão e amava dirigir.

O Linaldo era um cara admirável, uma pessoa humilde, que ajudava qualquer um que estivesse em dificuldades. Era uma daquelas pessoas que fazem a diferença; que proporcionava àqueles que cruzavam seu caminho um sorriso, uma palavra de conforto, sempre.

E tinha mania de ser solidário, de dividir tudo o que possuía: não podia ver ninguém com fome que ele logo arrumava uma solução, uma forma de compartilhar o alimento de sua mesa. "Para ele não existiam dias ruins, e por mais dificuldades que tivesse, ele sempre sorria. Por isso, todos na cidade o conheciam como 'Risadinha'", conta Lívia.

O Linaldo gostava de música, como aquela, do Bruno e Marroni: “Diz pra mim”; gostava de reunir a família e, nos fins de semana, de ir para o sítio dele, seu paraíso. Lá, ele se sentia pleno, revigorado, pronto para mais uma semana de trabalho, pronto para a lida.

A filha Lívia faz questão de ressaltar: "Linaldo foi um pai maravilhoso e carinhoso; sempre presente em minha vida e na do meu irmão. Foi o homem que mostrou para nós a importância de valores como: caráter e honestidade."

“Gostava de me abençoar acompanhando o gesto com um "cheiro" na cabeça. Uma das coisas que mais me fazem falta.", acrescenta Lívia com saudades.

Linaldo nasceu em Areia (PB) e faleceu em Remígio (PB), aos 48 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Linaldo, Lívia da Costa Alves. Este tributo foi apurado por Samara Lopes, editado por Rosa Osana, revisado por Ana Macarini e Bettina Florenzano e moderado por Ana Macarini em 20 de agosto de 2021.