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Maria Luiza da Silva Santos

1946 - 2020

Poço de ternura e eterna criança. Dona da receita secreta da melhor feijoada do mundo.

O filho Fábio, a nora Alessandra e a prima Gabriela escreveram a seis mãos esta carta aberta em memória de Maria Luiza da Silva Santos:

Um verdadeiro tesouro!

Rica e preciosa em sua bondade, sabedoria, em suas palavras, conselhos, lições de vida. Ela, sem dúvida, amou e foi muito mais que amada e querida por todos ao seu redor! Quem teve o privilégio de conviver com ela bem de pertinho sabe o quanto ela foi forte, guerreira e como tudo suportou, sempre com alegria e humildade, buscando em Deus as forças necessárias para nunca desanimar!

Podia estar o mundo desabando em suas costas, e lá estava ela, sempre com um sorriso lindo no rosto, de braços abertos para receber com afeto a todos!

Casa cheia, festas, boa comida, brincadeiras, jogos, conversas e risadas. É nesses momentos que sua presença será sempre lembrada, sem dúvida! Um domingo de feijoada quentinha, casa cheia nas festas dos aniversariantes do mês, um quintal com banquinhos de pedra e espaço para a criançada correr e pular corda; e se bobeasse lá estava ela brincando junto, qual fosse também uma criança!

Para os sobrinhos e netos, sempre foi a melhor avó! Aquela que ajudava a cuidar quando a mãe precisava, sempre mimando com comida gostosa, brincadeiras, carinho, presentes e, principalmente, afeto em todos os momentos, fossem eles de conquista ou dor. Quando um quebrava um bracinho, ou numa festa da escola, formatura, apresentação de música... lá estava ela, dando seu apoio e aplaudindo orgulhosa!

Para a irmã caçula, foi a melhor amiga, confidente e companheira que alguém poderia ter!

Para os filhos, foi um poço de ternura! Amor infinito, e exemplo vivo de perdão, fé, humildade, sabedoria e bondade! Ensinou que dessa vida só levamos nossa honra, e que pessoas importam, não coisas. Que devemos aproveitar as pequenas coisas da vida, sendo gratos e confraternizando sempre que possível, não deixando os problemas e adversidades nos derrubarem! Contentando-se com a porção que Deus dá a cada um e vivendo um dia de cada vez, sabendo que cada um tem sua hora exata. Sabemos disso. Sabemos que nem um fio de cabelo cai se não for a vontade de Deus!

Mas é muito, muito difícil essa dor, essa saudade! A vontade de estar junto mais uma vez, ouvir sua voz, ver seu sorriso, estar em seu abraço, compartilhar de mais momentos felizes como tantos que tivemos! E foi impossível se despedir ou dizer adeus.

Então, em nome de todos que puderam fazer parte de sua história, um “até logo!”, e quando todos nós despertarmos do sono dos justos, então estaremos mais uma vez unidos, juntos uns aos outros e diante de Deus!

Ela foi um poço de sabedoria e tudo que fez na vida foi lutar pela união da família e seguir a Deus em sua religião, a Congregação Cristã no Brasil. Foi exemplo de mulher, de dona de casa, de mãe, de avó, de bisavó. A saudade arde, mas agradeço a Deus por ter vivido na mesma casa que esse anjo d'Ele por uma boa parte de minha vida.

Maria Luiza, cujo apelido carinhoso era Ziza, teve uma passagem no mundo fiel a Deus e dedicada a criar seus filhos e unir a família com muito amor e festas. Deixa um ensinamento de amor e união. Conosco, fica uma saudade imensurável. Fazia uma feijoada com uma receita secreta que ninguém nunca quis perder; deixa cinco filhos prontos para enfrentar o mundo e um exemplo a ser seguido por todos que a conheceram.

Mãe, te amamos demais. Você combateu o bom combate e é certa a vida eterna. Te amamos infinitamente! Saudades eternas!

Até!

Maria nasceu em São Paulo (SP) e faleceu em São Paulo SP, aos 73 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pelo filho, nora e sobrinha de Maria, Fábio dos Santos, Alessandra Alves e Gabriela Cardoso.. Este tributo foi apurado por Ana Macarini, editado por Ana Macarini, revisado por Daniel Schulze e moderado por Rayane Urani em 18 de agosto de 2020.