1932 - 2020
Bem-humorado, quando chegava em casa batia palmas e gritava: "Seu Biu tá aí? Diga a ele que volto depois”.
Severino ou vovô Biu, assim era conhecido. Era uma pessoa amada, todos o conheciam e consideravam incrível. Carismático e acolhedor, por onde passava fazia amigos. Quando ficava alguns dias sem aparecer em algum lugar, alguém perguntava por ele para saber se estava bem. Era muito querido.
“Meu vô Biu era simplesmente o melhor de todos, cresci ao lado dele, e foram os melhores 28 anos da minha vida”, comenta seu neto Augusto. Ele continua falando sobre os momentos ao seu lado: “Nos seus últimos dias de vida, tive a oportunidade de ficar sozinho com ele, e durante esse tempo a gente observava o mar, e ele me contava suas histórias. Eu ficava admirado, observando cada letra que saía de sua boca”.
Severino foi muito trabalhador e honesto durante sua vida. Sempre procurou fazer tudo da forma mais correta. Com ele não tinha tempo ruim. Quando o chamavam para algum trabalho, ele ia na hora, dedicava-se inteiramente.
Tinha um carinho especial pelos animais. Augusto lembra que “todo cachorro que o via na rua, vinha ‘falar’ com ele, incrível como isso acontecia com frequência! Eu nunca vi um cachorro não gostar dele, sempre era uma alegria”.
O neto faz um último depoimento, emocionado: “Me pego pensando em cada detalhe dele, seu rosto, sorriso, brincadeira, e seus copos de café. Gostaria de deixar marcado na eternidade que vô Biu foi o meu herói e que ele sempre será lembrado”.
Severino nasceu em Campina Grande (PB) e faleceu na Paraíba, aos 88 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pelo neto de Severino, Augusto Fernando Sales da Silva. Este tributo foi apurado por Malu Marinho, editado por Marcela Matos, revisado por Paola Mariz e moderado por Rayane Urani em 10 de setembro de 2020.