1970 - 2020
Tinha uma risada inconfundível. E era quem mais aproveitava os almoços e aniversários de família.
Jair era o mais velho dos quatro filhos do seu Geraldo e dona Cida, e o único homem. “Seu sonho era ter seu próprio caminhão e sair para a estrada”, conta a irmã caçula, Josiane.
Ele gostava muito de todas as irmãs, mas era para Josiane que dedicava mais agrados. “Tanto que fui a única a ganhar dele uma boneca ‘Meu bebê’ e um violão”, afirma.
Josiane diz que Jair era manhoso: “Mesmo com aquele tamanho todo, qualquer dorzinha era motivo de cama. Por isso, quando ficou doente mesmo, custamos a acreditar”.
Ela relata que o irmão tinha medo da morte: “Dizia que ia viver ainda muitos anos. E já tinha falado que queria, em seu aniversário de 50 anos, um bolo igual ao do pai e da mãe. Mas, infelizmente, faleceu 35 dias antes”.
Com a partida de Jair, a irmã e toda a família têm que lidar com um enorme vazio no peito. “Ah, como eu queria ter aproveitado mais o tempo com meu irmão! Tenho tanta saudade de chamá-lo, carinhosamente, de ‘barrigudo’, e de escutá-lo me chamando de ‘fia’”, diz Josiane.
“Vá em paz, meu irmão querido”, despede-se ela, afirmando sentir “uma saudade sem fim.”
Jair nasceu em Arapongas (PR) e faleceu em Arapongas (PR), aos 49 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela irmã de Jair, Josiane Calizotti. Este tributo foi apurado por Samara Lopes, editado por Renata Meffe, revisado por Paola Mariz e moderado por Rayane Urani em 3 de outubro de 2020.