1937 - 2020
Colocava apelido em todos, era o imitador e o contador de histórias mais engraçado da família.
“Oi, arigó!”
Era assim que o Senhor Abdon cumprimentava todos. Alguns recebiam apelidos engraçados dele. Ele gostava mesmo era de fazer palhaçadas, caretas e imitações de artistas e parentes, e de contar histórias da família.
Às vezes, ele podia ser rude. Mas era passageiro. Do seu jeito, era amoroso. Seu coração era gigante e sua relação com a família era de amor profundo e lealdade a cada parente. “Lutou para dar o melhor para nós”, conta a neta Cristiane.
Ainda de manhã, pouco antes do almoço, gostava de ir até o barzinho perto de casa beber duas cervejinhas. Em casa, balançava-se na rede, olhava para o céu e contemplava a natureza e os pássaros. “Como Deus é perfeito”, dizia. Não dispensava uma oportunidade de conversar com parentes e amigos quando iam visitá-lo. Manias? De guardar palito de dente na caixa de sapato e de “usar óculos escuros até pra ir à esquina de casa”, diz a neta.
No trabalho, Abdon foi um grande exemplo de profissional. Orgulhava-se por nunca ter faltado um só dia no trabalho, cumprindo com responsabilidade suas funções como auditor-fiscal na Secretaria da Fazenda do Estado do Ceará.
“Ele será sempre nosso herói”, diz Cristiane.
Abdon nasceu em Quixadá (CE) e faleceu em Fortaleza (CE), aos 82 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela neta de Abdon, Cristiane Cavalcante. Este tributo foi apurado por Lígia Franzin, editado por Ticiana Werneck, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 9 de agosto de 2020.