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Adair Benedita da Silva

1959 - 2020

Espalhava suas mudinhas de plantas com muito cuidado e amor ao próximo.

Dona Ada, como era conhecida pelos familiares e amigos, era uma mulher virtuosa e de grandes qualidades, que viveu para ajudar o próximo. Foi esposa dedicada, mãe extremamente cuidadosa e avó muito amorosa.

Era uma cozinheira de mão-cheia e estava sempre preocupada com o que cada um iria comer. A filha Jaqueline conta: “A melhor comida do mundo era a da minha mãe!” e revela que dona Ada “era dotada de um alto-astral, de uma alegria incrível, e estava sempre pronta para ajudar”.

Além das filhas Juliane, Jaqueline e Stephanie e dos netinhos José, João e Mateus, a união de quarenta e dois anos com José ─ pautada em muito amor ─ deixou lindas marcas e saudades em cada um deles, incluindo os genros César, Bruno e Paulo.

Ao relembrar momentos e histórias de dona Ada, a filha pondera que seria preciso escrever um livro para poder contar tantas e tantas recordações de uma trajetória tão bonita. “O importante”, diz Jaqueline, “é que ela seja lembrada por todos e com toda gratidão.”

Uma coisa que dona Ada fazia questão de fazer era espalhar suas mudinhas por aí. Sempre presenteava as visitas com as plantas e flores que tanto amava e cuidava, pois tinha sempre uma ou outra reservada para que levassem um pouco de seu amor e carinho ao partir.

Adair partiu com sonhos e planos para descansar e aproveitar a aposentadoria, o que certamente faria ao lado da família e das plantas, mas os planos superiores foram outros, ela foi ao encontro de Jesus e agora descansa na eternidade. “Quem sabe o que planta recebe a colheita: a melhor de todas”, costumava dizer.

Em seu último contato telefônico, dona Ada encorajou Jaqueline: “Não chora, minha filha. Nós temos que ter coragem até mesmo para encontrar com Jesus”.

E assim Adair partiu, deixando um rastro de delicadezas e cuidados, e espalhando amor em forma de flores. “Ficará eternamente em nossos corações”, finaliza Jaqueline.

Adair nasceu em Nobres (MT) e faleceu em Cuiabá (MT), aos 61 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela filha de Adair, Jaqueline Daiane Real da Silva. Este texto foi apurado e escrito por Lígia Franzin, revisado por Paola Mariz e moderado por Rayane Urani em 28 de janeiro de 2021.