1974 - 2021
Entre uma partida de futebol e uma roda de samba, sempre arranjava um jeito de socorrer quem estivesse necessitando.
Caçula entre os homens, Adriano era o quinto dos seis filhos de José e Claudelinda. Na infância, sempre foi um menino ativo que brincava na rua, soltava pipa e jogava bola. O futebol foi uma atividade que o acompanhou ao longo de toda a vida, fosse jogando com a turma de amigos, fosse dedicando parte do tempo para coordenar os times do bairro e da empresa onde trabalhou por mais de quinze anos.
Considerado pela irmã Cristiane - que o homenageia neste tributo -, como um irmão prestativo e sempre disposto a ajudar quem precisasse. Cuidava dos pais, tinha olhos atentos aos sobrinhos e mãos dispostas a amparar a todos, não importasse em qual momento da vida. Se havia dificuldades, as enfrentava com um sorriso no rosto e esperança de que tudo pudesse se resolver.
Desenvolvia seu trabalho numa indústria de móveis - na qual era líder e tinha muita representatividade entre a equipe. Pai parceiro, atento e carinhoso de Geovana e Nathalia, e avô apaixonado de Miguel, de cinco anos - que criou como um filho -, e de Theo, que tem agora dois aninhos. “A vida inteira dedicou-se à família, vivia correndo para atender os pais, os irmãos, as filhas e os netos”, conta a irmã.
Brincalhão, Adriano era a alegria das reuniões. "Quem o conhecia, sabia que ele falava pouco; era mais de ouvir”, recorda Cristiane. Ele não cometia julgamentos, ouvia atentamente e, quando se manifestava, falava em tom cômico amistoso, que encantava as pessoas. Além disso, também curtia muito pagode e não abria mão de estar perto dos familiares.
Além de conviver sempre com os netos e acompanhar o futebol - o time do coração foi herdado do pai José, era o São Paulo; mas o amor também se manifestava forte pelo time regional: o clube Boa Sorte, ao qual dedicava parte do seu tempo. Adriano tinha outra paixão: as rodas de samba. “Instrumentista, adorava tocar com amigos aqui na região”, diz Cristiane. Nos finais de semana, apaixonado pelo esporte, tinha como passatempo acompanhar partidas de amadores. “Era um compromisso. Ultimamente, vinha cuidando dos times de meninos mais novos”, lembra a irmã.
Altruísta, amigo, parceiro, irmão, filho, pai e avô, que sempre atendeu a todos o tempo todo, deixa um vazio enorme na vida de todos que o conheceram e com ele conviveram.
Adriano nasceu em Ribeirão Pires (SP) e faleceu em Ribeirão Pires (SP), aos 46 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela irmã de Adriano, Cristiane Fátima de Campos. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Patrícia Coelho, revisado por Luana da Silva e moderado por Ana Macarini em 14 de fevereiro de 2022.