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Airton de Oliveira Pacheco

1953 - 2021

Gostava de curtir o calor com churrasco e cerveja, e sempre tinha uma trilha sonora especial.

Da união entre Amélia e Araken Pacheco nasceram Airton e Ariza. O primeiro filho, Airton, repetiu a história dos pais com a prole. Teve também uma menina e um menino: Gabriela e Arthur. É sua primogênita, Gabriela, que faz essa singela homenagem ao pai.

Dr. Airton, formou-se em Medicina, na turma de 1978. Especializou-se em ginecologia e obstetrícia. Conta Gabriela, "meu avô, Sr. Araken, economizou muito para que o filho realizasse o sonho de ser médico."

Airton não decepcionou o pai. Amava a profissão e por ela se desdobrava em empenho e dedicação. Trabalhou em hospitais no Rio de Janeiro, até passar em um concurso público no Sistema Único de Saúde (SUS) do estado do Amapá, na cidade de Macapá, onde fixou residência. "Meu pai adorava o calor daquele estado, e como odiava frio, se sentia em casa.", relembra a filha.

Airton levava uma vida tranquila no Amapá e, mesmo longe de seu estado natal, Rio de Janeiro, sempre voltava ao final de cada ano, para abraçar seus pais, sua irmã, sua filha, seu sobrinho e amigos. Sempre foi um homem conhecido por sua generosidade e dedicação aos amigos e familiares.

Fã dos The Beatles, assistiu ao show de Paul McCartney, com a filha em Belo Horizonte, no ano de 2017. "Ir a esse show com meu pai foi muito simbólico, foi ele que me apresentou aos The Beatles", lembra com carinho a filha Gabriela.

A paixão pelo The Beatles se transformou numa herança de pai para filha. Um desses tesouros, capaz de fazer cenas da história que viveram juntos, reluzirem nas lembranças da filha, que serão eternas. Gabriela recorda: "aos 11 anos, levei um trabalho de Inglês da escola para casa, e meu pai me ajudou, incluindo a letra de uma música da banda: "can't buy me love". O álbum favorito de Airton com as músicas da banda de Liverpool era o Abbey Road.

Airton deixou um pedido registrado: gostaria de ser cremado quando partisse dessa vida. Então a família atendeu a esse pedido e, como última homenagem, jogou suas cinzas no Rio Amazonas, no Amapá. "Lugar que ele viveu durante quase toda a vida e tinha um carinho imenso e já era mais a terra dele do que o próprio Rio de Janeiro", lembra com ternura a filha Gabriela.

Gabriela finaliza essa homenagem, declarando: "a família está cheia de saudades, mas sabe que seus pais, Amélia e Araken Pacheco, o estão recebendo de braços abertos onde quer que estejam".

"Com amor e saudade eterna",
Sua filha Gabriela.

Airton nasceu no Rio de Janeiro (RJ) e faleceu em Osasco (SP), aos 67 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Airton, Gabriela Barbosa Pacheco. Este tributo foi apurado por Cristina Marcondes, editado por Cristina Marcondes, revisado por Neuclenia Ferreira e moderado por Rayane Urani em 30 de setembro de 2021.