Alba Morais Regis Bezerra

1944 - 2020

As histórias de sua meninice eram contadas às filhas com riqueza de detalhes; ouvi-la era como assistir a um filme.

Nascida na linda e arborizada João Pessoa, Alba, ainda criança descobriu o amor, apaixonou-se profundamente por Humberto aos 11 anos de idade. A flechada do cupido foi certeira, Humberto correspondeu aos sentimentos de Alba e uma linda história de romance foi escrita. Com o tempo, Alba e Humberto casaram-se e mudaram-se para Fortaleza. O casal teve três filhas, Maria Luiza, Vivianne e Luciana que lhes presentearam com cinco netos.

Alba era uma mulher única, cuidadosa e carinhosa e todos a chamavam carinhosamente de Binha. Maria Luiza, a filha mais velha do casal, conta que a mãe era puro amor, gostava de dar muitos abraços e beijos. Ações simples que ela usava para expressar o amor que havia em seu coração. Binha também gostava de contar às filhas histórias sobre os irmãos que ficaram em sua cidade natal, era extremamente cuidadosa: contava às meninas muitos detalhes para que elas conseguissem imaginar o cenário e viver a aventura junto com ela.

A delicadeza de Binha não ficava restrita às narrativas, ela dedicava-se sempre aos mínimos detalhes. Quando a família vinha para lanchar, deixava a mesa bem-posta, não economizava a porcelana: tinha copos diferentes para cada tipo de bebida, guardanapos e pratos muito finos e delicados.

Ela amava receber a família e passava o ano inteiro à espera da chegada da filha mais velha, Maria Luiza, e da família para comemorar o Natal e o Ano Novo. Para as ocasiões, Binha preparava refeições incríveis e se deliciava com a casa cheia. “Alba era capaz de organizar banquetes entre leões, aquários e cabras diariamente e sair ilesa. Ela terminava a mesa do almoço, já organizava a do lanche, cuidando sempre de oferecer a comida preferida de cada um”, relembra a filha.

Maria Luiza conta que a mãe sabia usar o amor com equilíbrio, não deixava faltar disciplina e fazia-se presente nas horas certas. Suas palavras e ações eram cuidadosas, carinhosas e gentis. Para a filha, Alba era a base da família, e seus maiores ensinamentos foram sobre como ver o outro e a si mesma. "Toda pessoa tem pontos positivos e negativos, o melhor é focar nos positivos. O importante na vida é nunca perder a esperança e nunca desistir de tentar buscar seus sonhos. E, que felicidade é questão de ser e não ter" relembra a filha.

Havia uma luz própria em Alba que iluminava qualquer ambiente e coração. Ela transbordava amor, como se viesse ao mundo somente para amar e espalhar amor. Binha foi uma mulher de poucos amigos, doce gingado, boa conversa e lindos poemas.