1968 - 2021
Um homem de fé, louvava a Deus cultivando uma vida honrada e regendo, com amor, a orquestra da Igreja.
Alberto Carlos era casado com Josiane desde 1992 e viveram juntos por quase 30 anos, até a sua partida.
Era pai de Ariadne e Alisson e, como tal, foi presente, prestativo, atencioso e superprotetor. Experimentou a alegria de saber que em breve seria avô, mesmo tendo partido 3 meses antes do nascimento do primeiro neto, como relata a filha:
“Quando descobri que estava grávida, fui logo contar para o meu pai, que ficou bastante emocionado com a notícia. Em nossa última conversa, por chamada de vídeo, quando ele estava intubado, contei que esperava um menino e que se chamaria Efraim — cujo significado é "Deus me abençoará na terra em que sofri".
Foi um homem que se dedicou integralmente a Deus e à família; priorizava estar na companhia dos filhos, nora e genro e, nessas ocasiões, fazia parte do costume, pedirem algo para comerem juntos.
Trabalhava como agente penal na Segurança Pública do Estado de São Paulo e se relacionava muito bem com os seus colegas de trabalho. Contava com orgulho que, certa vez, evangelizou um detento. Tempos depois, após receber a sua liberdade, esse rapaz lhe enviou uma carta contando que tinha se renovado graças ao amor de Deus, que havia se batizado e também que frequentava os cultos assiduamente.
Nas horas vagas, sempre estava envolvido com alguma atividade da Igreja e, por sua sinceridade, marcava sua presença por onde passava.
Ariadne conta a história da família com a igreja que frequentavam e o envolvimento do pai com a música:
“Os meus avós eram membros da Congregação Cristã do Brasil bem antes do nascimento do meu pai. Então, desde cedo, ele foi educado nos preceitos cristãos e bem jovem despertou vocação para a música. Aos oito anos, já era músico e com 16, assumiu o ministério da música, que permaneceu sob os seus cuidados até a sua partida. Foi maestro da Igreja por mais de 20 anos e foi um excelente tubista. É impossível ir à Igreja, ouvir a orquestra e não lembrar do meu pai.”
Relembrando o gosto musical de Alberto, ela conta com saudades:
“Todas as vezes que escuto a canção "Here Today", do Paul McCartney, eu me recordo dele:
[...] "Bem, conhecendo você
Você provavelmente iria rir e dizer que estávamos em mundos diferentes
Se você estivesse aqui hoje
Oh, aqui hoje
Mas quanto a mim
Eu ainda lembro como era antigamente
E não vou mais segurar as lágrimas
Oh, eu te amo"!
Cultivando suas memórias afetivas, ela fala sobre sua relação com ele, seus gostos e preferências: “O meu pai era muito presente em minha vida! Em todas as fases e situações, estava sempre ao meu lado. Logo, não conseguiria descrever todos os momentos especiais em que ele esteve comigo. Como pai bato em meu peito em dizer, foi o melhor e deu ao máximo para criar os filhos com caráter, hombridade e amor. Amava sua família”.
“... Desde o seu falecimento, não consigo comer pudim, já que era a sobremesa preferida dele”.
“Ele torcia para o São Paulo!”
Falando sobre seus sonhos, Ariadne revela: “Entre os maiores sonhos do meu pai, estava o término da construção de sua casa. Após o seu falecimento, fiz o compromisso de seguir com o projeto. Aos poucos, concluí tudo que ele sempre almejou na casa, detalhe por detalhe”.
Ela se despede do pai dizendo: “Alberto Carlos, meu pai, foi um homem intenso de personalidade forte e extremamente autêntico. Partiu amando a esposa, nos amando e sendo amado para sempre. Como ensinamento, procuro manter a força e ser sincera, como ele assim o faria”.
Alberto nasceu em Presidente Prudente (SP) e faleceu em Presidente Prudente (SP), aos 52 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela filha de Alberto, Ariadne Carla de Almeida Martins Cortes Real. Este tributo foi apurado por Lucas Cardoso e Andressa Vieira, editado por Vera Dias, revisado por Bettina Florenzano e moderado por Ana Macarini em 18 de dezembro de 2023.