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Alex Cícero Pinheiro de Oliveira

1974 - 2020

Não permitiu que a ataxia crônica limitasse seus sonhos. Construiu o próprio império: uma rede de restaurantes.

Alex era extremamente perspicaz e inteligente. Nem mesmo a doença degenerativa que o acompanhava o impediu de se locomover, trabalhar e usufruir de bons momentos com a família.

Com os pais Gilza e Alexandre, aprendeu a administrar restaurantes e, aos 17 anos, abriu sua primeira unidade. Trabalhou arduamente e fez a diferença revolucionando o atendimento self-service na capital paraibana com comida de qualidade a preço justo. Com o tempo, expandiu os negócios para Cabedelo, Maceió e Arapiraca, realizando assim o grande sonho de construir uma rede de restaurantes e expandir seu conhecimento pelo Nordeste do Brasil.

Foi por meio do trabalho que proporcionou uma vida confortável para a família, sempre almejando o melhor e ajudando todos por onde passava.

Devido a algumas limitações, não conseguia se locomover com facilidade, assim, orquestrava os funcionários através da escrita. André, o quinto de seis irmãos de Alex, acrescenta: “O papel e a caneta foram seus grandes aliados. Planejou, traçou metas, conquistou, falhou, ergueu-se. Ele entregava aquele pedaço de papel como se fosse uma partitura, sendo ele o mestre de uma incrível orquestra”.

Alex conheceu a esposa, Suely, em 1996, quando abriu um restaurante na rua em que ela trabalhava. Logo ela se tornou cliente do estabelecimento e, em pouco tempo, já estavam namorando. Casaram-se e tiveram quatro filhos: Amanda, Anna Kallyne, Alex Segundo e Alice. Mais tarde se tornou avô de Victor.

André conta que “Suely era os braços e as pernas de Alex. Quando ele precisava de ajuda para se locomover, ela era seu suporte. Eles eram cúmplices”.

A família era a peça fundamental da vida de Alex. Era dele o colo que os filhos sempre buscavam. Nos tradicionais cafés da manhã, apreciava reunir todos para conversar e dar boas risadas. E com o neto Victor não poderia ser diferente, Alex brincava e criava momentos ímpares com ele.

Alex também gostava de desfrutar da companhia da família em viagens, praias e jantares fora de casa. E sempre que podia, recebia a mãe e os irmãos no aconchego do seu lar.

Alex deixou um grande exemplo de superação a todos que o conheceram.

Alex nasceu em Jacareí (SP) e faleceu em João Pessoa (PB), aos 46 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pelo irmão de Alex, André Pinheiro de Oliveira. Este tributo foi apurado por Lígia Franzin, editado por Thalita Ferreira Campos, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 15 de fevereiro de 2021.