1949 - 2020
Do jeito que soube, não foi coadjuvante. E fez tudo que pôde com dedicação e alegria.
O "Latinha" morava numa esquina. Toda manhã estava ali, lendo seu jornal, conversando com vizinhos, olhando o movimento e ajudando pessoas que procuravam algum endereço no bairro. Isso quando não estava com sua cervejinha e conversando sobre sua grande paixão, o Flamengo - suas marcas registradas.
"Meu pai foi um chefe de família preocupado com a segurança de todos. Ele tinha um hábito comum de "perturbar" a esposa, sempre perguntando o que seria o almoço e convidando a família toda pra comer sem autorização da mãe, como se fosse possível a multiplicação da comida. Ela ficava uma fera, mas ele queria todos por perto", conta o filho Alessandro.
Era um homem cheio de pecados e defeitos, como qualquer ser humano. Mas viveu uma vida plena, ensinou o que era certo aos filhos, foi um cara bom, como ele mesmo gostava de dizer.
Boêmio... Adorava contar seus "causos";
Professor... Estudava pra ensinar os netos;
Amigo... Era com todos.
Pai, Marido....
O "Latinha" era só alegria e a família sempre ouvia histórias que conhecidos contavam. De que ele havia "matado a fome de alguém que chegou do interior", de outro que falava que "ele era muito legal e carismático". E tantas outras, porque ele era mesmo esse cara!
Ele sempre disse como queria que fosse seu funeral e assim pôde ser!
Houve comoção e o carinho quando pela última vez passou por aquela esquina. Aplausos, fogos, hino do Flamengo, um Pai Nosso e um adeus!
Alexandre nasceu em Manaus (AM) e faleceu no Amazonas, aos 70 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pelo filho de Alexandre. Este tributo foi apurado por voluntário, editado por Denise Pereira, revisado por Didi Ribeiro e moderado por Rayane Urani em 25 de maio de 2020.