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Alfredo Corrêa

1937 - 2020

Nele, a fé e a esperança foram vividas até o último dia de sua vida.

Fé em Deus e esperança em Jesus foram os ensinamentos que seu Alfredo guardou em sua vida e transmitiu aos filhos e netos. Trabalhador dedicado, exerceu diversos ofícios, incluindo cuidar de tanques de peixes em roças e consertar relógios; adentrava noites lidando com os relógios para entregá-los dentro do prazo para os clientes.

Também era bem-humorado e fazia os outros rirem com suas histórias do tempo em que serviu ao Exército e das “armadas” pelas quais passou na vida. Às vezes, se esquecia das coisas, como, por exemplo, a bicicleta com a qual ia ao supermercado e lá deixava, voltando a pé para casa e só depois se lembrando dela.

Mesmo na velhice, não deixou de trabalhar e zelar pela família. Moisés Santos Corrêa, penúltimo filho de seu Alfredo, rememora quando o pai lhe ajudou a construir sua casa, já aos 66 anos: “Eu disse a ele que não precisava ficar pra me ajudar, e ele me respondeu com certa emoção: ‘Se eu pudesse e tivesse dinheiro, dava uma casa a cada um dos filhos; mas como não posso, venho para ajudar com mão de obra’”.

Para além do referencial de trabalhador, deixou o legado de homem verdadeiramente cristão. Todos os anos, iniciava com a família a leitura da Bíblia no dia do seu aniversário (04/01) e a terminava por volta de abril ou maio. Tinha um espírito missionário, e dizia que não conseguia conversar com uma pessoa por cinco minutos sem falar de Jesus para ela. Quando estava na sua comunidade evangélica, era conhecido como “Irmão Maranata”. Ao passarem por ele, o cumprimentavam dizendo “Maranata!”, e ele respondia com a tradução desta palavra: “O Senhor logo vem!”

Com as dificuldades de locomoção que a esposa Maria dos Santos Corrêa apresentava, dedicou-se a cuidar e demonstrar o imenso amor que sentia pela companheira. Após o falecimento de Dona Maria, também por conta da Covid-19, sempre falava dela com muito amor, carinho e saudade.

Seu Alfredo Corrêa deixa o legado de um homem batalhador, amoroso, divertido e cuidadoso, que demonstrou com sua vida que todo grande homem deve estar de joelhos diante de Deus. Nele, a fé e a esperança foram vividas até o último dia de sua vida.

Alfredo nasceu em São Cristóvão (SE) e faleceu em São Cristóvão (SE), aos 83 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pelo conhecido de Alfredo, Vinícius Oliveira Rocha. Este tributo foi apurado por Thyago Soares, editado por Lígia Franzin, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 8 de dezembro de 2020.