Aloizio Julio dos Santos

1948 - 2021

Por meio de seus hábitos, mostrou para as filhas que as pequenas alegrias da vida adulta são como um superpoder.

Aos 22 anos, Aloizio já era pai de três meninas e se viu sozinho com elas ao ficar viúvo. Saiu-se tão bem na paternidade solo que ganhou o título de melhor pai do mundo. "Nos criou com o maior amor que existia", conta a filha Marcela.

Ele também teve três netas e uma bisneta. Um presente para quem amava crianças. Todas foram agraciadas com as especificidades de Aloizio. Apaixonado por jogo do bicho, até as notas das mercadorias que os familiares compravam eram motivo para uma jogatina. Ele apostava nos números dos cupons.

Citava as datas dos fatos com convicção. "Não é possível que o senhor se lembre disso, só pode ser brincadeira", dizia a filha. Tinha uma memória tão boa que parecia mentira. Porém, Marcela sabia que o pai abominava mentiras. Então, ele realmente tinha essa habilidade.

Foi barbeiro por quarenta anos e amava a profissão. Se quisesse vê-lo contrariado, era só proibi-lo de sair de casa, inclusive para o trabalho. Também apreciava os passeios dominicais para a casa da filha Marcela. Nessas ocasiões, divertia quem estava por perto com as lembranças da juventude.

Era um homem de muitas paixões simples e gostosas: karaokê, futebol (em especial o Flamengo), além de dirigir. Se autointitulava "piloto de fuga" e nutria enorme fé em Deus. Se tinha algo que ele não gostava em uma lista tão grande de coisas que o deixavam com sorriso no rosto? Só o frio. Detestava!

Aloizio será lembrado por encontrar felicidade facilmente e pela dedicação ao que há de mais precioso na história de um ser humano: as filhas. Sempre será sinônimo de alegria, sentimento que fez parte de sua trajetória.