Sobre o Inumeráveis

Altaíde de Fátima Fontenele Ataíde Lima

1953 - 2020

Sua vontade de viver era imensa. Agora, ela diria: "O medo de escuro passou! Não fiquem tristes, eu fui feliz!"

"Tadinha", como todos a chamavam, era um apelido carinhoso, por conta da estatura. Não teve filhos biológicos, mas adotou um sobrinho como filho, para quem ela ligava inúmeras vezes ao dia.

Foi funcionária do Senac-MA, até que em 2015, descobriu um meningioma. Corajosa, de uma fé inabalável, passou por longos tratamentos e dificuldades, mas nunca teve medo da doença e nem reclamava.

Muitos médicos a consideravam um milagre para a Ciência. Mas milagre mesmo, era sua fé constante. Devota de Nossa Senhora da Conceição, sempre lutou pela vida de forma esperançosa e com um sorriso fácil.

Sempre muito alegre, adorava dançar, passear e viajar.

Foi muito grata a sua mãe, por toda dedicação, carinho e vigilância. Ela dizia que, mesmo no momento de passar a ser filha, teve que continuar sendo mãe. Ela fez isso com tanto zelo e por isso, a amaria para sempre.

Era igualmente grata aos irmãos, que foram como pais e lutaram ao seu lado em tantas batalhas. Procurava ser grata com todos que a cercavam: sobrinhos, primos, amigos, o filho amado... Considerava-se uma pessoa feliz.

Tinha um amor-próprio e uma vontade de viver inexplicáveis.

"Tentei estar sempre presente, não soltar a mão dela. E, mesmo às vezes tendo que largar tudo, corria para atendê-la; porque éramos um o presente na vida do outro. E também, porque tenho certeza que ela se sentia mais segura, amada e protegida", conta o filho Victor.

Altaíde nasceu em Araioses (MA) e faleceu em São Luís (MA), aos 66 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pelo filho de Altaíde. Este tributo foi apurado por Pedro Lima, editado por Denise Pereira, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 22 de junho de 2020.