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Aluízio Lopes de Brito

1967 - 2020

Era um verdadeiro educador, cheio de sentido e potência, que amava o ofício e viveu ardentemente a vida.

Psicólogo, mestre, amoroso e cheio de vida! Assim Aluízio preencheu o mundo com sua presença e passou pela vida de muitas pessoas. Não há quem o tenha ouvido falar sem ter sido atravessado por suas palavras cheias de potência.

"Quando chegou a notícia do seu internamento, não pude acreditar que aquele ser humano encontrava-se em uma cama, em um lugar claro, mas sem seus livros, suas músicas e sua possibilidade de fala... Agora, com sua partida, resta pensar no seu legado de vida. E viver ardentemente, assim como ele fez. Sentiremos sempre a incompletude de viver em um mundo sem Aluízio", diz a aluna Maressa.

Meses antes de falecer, ao se desligar de uma das instituições em que atuava, Aluízio deixou o seguinte poema:

"É hora de partir, meus irmãos, minhas irmãs.

Eu já devolvi as chaves da minha porta
E desisto de qualquer direito à minha casa.

Fomos vizinhos durante muito tempo
E recebi mais do que pude dar.
Agora vai raiando o dia
E a lâmpada que iluminava o meu canto escuro
Apagou-se.

Veio a intimação e estou pronto para a minha jornada.

Não indaguem sobre o que levo comigo.
Sigo de mãos vazias e o coração confiante."
(Tagore)

"Nos veremos um dia, professor! Siga em paz", despede-se a aluna.

Aluízio nasceu em João Pessoa (PB) e faleceu em João Pessoa (PB), aos 53 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela aluna de Aluízio, Maressa Marques da Costa. Este texto foi apurado e escrito por Lígia Franzin, revisado por Paola Mariz e moderado por Rayane Urani em 29 de dezembro de 2020.