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Ana Carolina Guimarães dos Santos

1981 - 2020

A alegria dos encontros, mãe em primeira pessoa. Por amar estar viva, era uma promotora de sorrisos.

Apaixonada pelas filhas, Mariana e Maria Eduarda, tinha enorme apreço pela vida, pelos momentos partilhados com os amigos e com a família. As comidinhas especiais, que tanto podiam ser um vatapá como um belo sashimi, davam sabor a esses encontros; assim como um bom drinque de vodca com suco, desde que não fosse suco de goiaba, que ela detestava.

Provocava risos, mesmo nos momentos mais difíceis; tinha esse talento de encher de alegria os espaços do tempo compartilhado com os seus.

Foi uma guerreira incansável, sem perder, no entanto, a difícil arte de tratar com bom humor os percalços e as armadilhas da vida.
Dedicou seu tempo a tratar com amor as pessoas idosas. E seu sonho era cuidar da irmã mais velha na idade mais madura, quando, segundo ela, Danielle daria um bocado de trabalho porque certamente seria “uma velhinha muito doida”.

É possível que tenha partido numa nave, feito aquela do filme Cocoon, para uma estrela muito, muito distante, onde o tempo não vai mais correr e ela poderá ser, para sempre, essa moça alegre que viverá eternamente no coração daqueles a quem proporcionou tanto contentamento.

Ana nasceu Rio de Janeiro e faleceu Rio de Janeiro, aos 38 anos, vítima do novo coronavírus.

Jornalista desta história Ana Macarini, em entrevista feita com Irmã Danielle, em 22 de maio de 2020.