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Ana Cláudia José Luiz

1977 - 2020

Amava seus alunos, fez da sala de aula a sua vida.

Ana Cláudia foi mãe, avó, esposa e professora. Mulher guerreira, de fé, que nutria muitos sonhos, um deles, o de lecionar. Amava seus alunos, fez da sala de aula a sua vida e das aulas de História a sua forma de contribuir para a transformação das pessoas.

Casou-se aos 18 anos e logo teve sua primeira filha, Gabriela, seguida de Victoria, três anos depois. Mãe maravilhosa, atenciosa, preocupada, e muito amada pelas filhas e pelo marido.

Ao completar 39 anos, descobriu um novo amor com o nascimento de seu neto, Miguel, que parecia ser uma parte dela, tão intensa era a ligação dos dois. Buscava o neto para dormir em sua casa quase todos os dias e adorava fazer bagunça com ele. Uma avó mais que presente.

“Como toda avó coruja, levava o neto ao supermercado, ao restaurante, à praia, porque sabia que ele gostava do mar e da areia. Ela adorava tirar muitas fotos dele e o mimava preparando tudo o que ele gostava de comer”, conta a filha Gabriela, mãe de Miguel, lembrando-se também que a mãe fazia os bolos de chocolate cobertos com confeitos coloridos, também de chocolate, porque sabia que o neto não comia bolos normais, sem coberturas.

Viveu com Vander, seu marido, por vinte e cinco anos em altos e baixos da vida, sempre com muita ternura. Ele foi seu primeiro amor e ambos seguiram juntos, inseparáveis, até o final.

Além da família e dos alunos, a sua fé e a sua religião que tanto norteavam a sua vida, eram seu outro amor. Umbandista desde o início da década de 2000, frequentava o centro assiduamente, sem faltar nenhum dia.

Ana Cláudia pôde partir com o coração em paz, pois além da vida digna, rodeada de fé e amor, deixou encaminhadas as vidas das filhas, ambas na faculdade, como ela tanto sonhou.

Apesar da saudade, Ana Cláudia viverá eternamente no coração de sua família e de seus alunos, como exemplo de garra e com a lembrança de seu lindo sorriso e belo coração.

“Te amamos, mãe”, declara-se a filha Gabriela, unificando a palavra de todos os que tiveram a honra de conhecer e conviver com Ana Cláudia.

Ana nasceu em Laguna (SC) e faleceu em Araranguá (SC), aos 43 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Ana, Gabriela Luiz Arcenego. Este tributo foi apurado por Andressa Vieira, editado por Fernanda Queiroz Rivelli, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 19 de outubro de 2020.