1938 - 2020
Dizia que o que Deus deu a ela foi para compartilhar com os que estavam ao seu redor.
Ana, nas palavras de seu filho Mário, tinha “um sobrenome bem fundamentado: “Brito Barros Rocha”, ela não era de “brita”, nem de “barro” e nem de “rocha”; mas sim, de “aço”. Uma fortaleza de aço”!
Durante sua vida não foi uma mulher comum porque era dotada de tantas qualidades extraordinárias que se torna até difícil descrevê-las em simples palavras e, se estas não forem capazes de descrever sua grandeza, todos que a conheceram podem testemunhá-la.
Na cozinha era a mãe que fazia o melhor bolo de tapioca e o melhor mingau do mundo para o filho já crescido quando este ficava doente.
Viveu como uma verdadeira serva do Senhor, da Família e de muitas outras pessoas. Foi professora da Escola Bíblica Dominical durante anos a fio, cuidava da família não importando se perto ou longe e fazia isso por amor ao servir e porque isso era o motivo de sua felicidade.
Na vida em família foi muito feliz numa união que durou mais de 62 anos entre namoro e casamento e, na qual, ela e o marido não podiam ficar longe e nem perder de vista um ao outro! Um amor e cuidado lindos de se ver e aprender!
Juntos, eles criaram seus cinco filhos sempre fazendo o melhor que podiam mesmo que para isso fosse preciso, em algumas situações, colocarem-se em segundo plano. E o mais bonito de tudo é que se tornaram também “pais” de muita gente! Cada um à sua maneira. Ele de uma forma mais indireta e ela de forma bastante direta.
Desta forma, não existe uma pessoa que tenha recorrido a ela e que tenha voltado de mãos vazias! Essa era uma prática de família que ela aprendeu com sua mãe. Sempre dizia que “o que Deus lhe havia confiado não era somente para ela, mas era para ser compartilhado com os mais necessitados”.
Era uma amiga leal que não abandonava ninguém, independente de qual fosse a situação. Possuía um coração gigante e uma alma generosa sempre a ajudar os outros. Um exemplo de simplicidade, abnegação, valentia, fortaleza, amizade e honestidade.
Ana foi uma mulher de oração e fé inabaláveis, santa – separada por Deus - no correto sentido da palavra e sempre intercedendo junto a Ele por seus filhos e familiares.
Isso não quer dizer que ela não tenha vivido seus problemas, suas batalhas e gigantes lutas, mas, compreendia o que sua Bíblia lhe ensinava no sentido de que, ninguém atinge a santidade sem provações e tribulações. E foi assim que ela enfrentou com paciência o que poucas pessoas enfrentariam ou suportariam.
Dentre estas provações estavam os problemas de saúde do marido e as preocupações com filhos e familiares que em alguns momentos lhes roubaram a paz e o sossego na velhice, mas, ainda assim, Ana realizou seu maior sonho de mãe: que todos os seus filhos fossem tementes a Deus e crentes em Jesus.
Sua maneira de viver dava aos familiares a impressão de que Ana seria imortal e nunca lhes faltaria e, quando ela se foi, eles muito se abalaram porque lhes era inimaginável seguir a vida sem a presença física de Ana Izabel.
A tristeza que os invadiu não foi, absolutamente, por sua partida porque, de acordo com suas crenças ela “dormiu em Cristo” , “foi na frente e já está desfrutando da paz que só Jesus pode dar, das delícias que o Senhor preparou para ela, sem qualquer preocupação ou problema, sem qualquer tristeza ou dor, descansando finalmente”, mas ficaram tristes, por si mesmos, que se tornaram órfãos dessa presença que lhes era tão cara, importante e exemplo em tudo.
O consolo para o coração dos que ficaram fundamenta-se em vários versículos da Bíblia citados pelo filho Mário por lhes trazerem a certeza de que a separação é momentânea e que um dia todos serão reunidos para sempre.
“O Senhor a deu, o Senhor a tirou. Bendito seja o nome do Senhor!” (Jó 1.21).
“Preciosa é aos olhos do Senhor a morte dos seus santos” (Salmo 116.15).
“Seja bem-vinda, filha amada, foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei, entra no descanso do teu Senhor” (Mateus 25.21).
“Quer vivamos, quer morramos, somos do Senhor” (Romanos 14.8).
“E nada poderá nos separar desse amor” (Romanos 8.38-39).
Ana nasceu em São Bento (MA) e faleceu em São Luís (MA), aos 81 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pelo filho de Ana, Mário Gomes Rocha Júnior. Este tributo foi apurado por Malu Marinho, editado por Vera Dias, revisado por Luana Bernardes Maciel e moderado por Rayane Urani em 6 de março de 2021.