1947 - 2020
Plantava flores, temperos e verduras, talvez por isso, amava tanto o verão e a chegada do sol.
Desde criança ela teve pouco estudo. No entanto, com seu esforço, conseguia aprender a fazer tudo o que queria. Talentosa com as mãos, sabia fazer tricô, crochê e amava plantar. Também tinha talento para cozinhar e fazia comidas deliciosas para aqueles que amava.
Foi em 1966, em uma quermesse da cidade, que conheceu o seu esposo, Donaldo. Ao lado dele, construiu uma família linda, teve quatro filhos e enfrentou diversas dificuldades até que a família tivesse estabilidade. “Meu pai era um mimoso e a minha mãe, uma rainha”, conta a filha mais nova, Andrea. Morando no mesmo terreno que os pais, a rotina familiar era cheia de brincadeiras e carinhos, que trazem saudade para aqueles que ficaram.
Gostava de se entreter com joguinhos no "tablet", de viajar para o campo ou para a praia. Tinha uma fé absoluta, assim como o seu marido.
Dona Ana partiu sete dias antes de seu esposo, que dizia não conseguir viver sem ela e que também faleceu vítima da Covid-19. “O que mais se destaca é o fato de terem partido ao mesmo tempo, sem sofrer a perda um do outro. O amor os levou juntos e isso nos causou muita dor, mas também acalentou saber que estão próximos, como estiveram em vida por cinquenta e quatro anos”, conta Andrea.
Dona Ana deixa saudade e lembranças de carinho e amor para aqueles que tiveram o privilégio de com ela conviver. Sempre cheirosa, seu perfume marcante fica na memória daqueles que a amavam.
Ana nasceu em Durasnal - Alegrete (RS) e faleceu em Alvorada (RS), aos 73 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela filha de Ana, Andrea da Silva Trindade. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Aline Mariane Fernandes, revisado por Maria Eugênia Laurito Summa e moderado por Rayane Urani em 12 de janeiro de 2022.