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Analice de Rossi

1962 - 2020

Médica, sonhadora e cheia de planos. Cuidou de todos ao seu redor.

Analice exerceu a medicina por muitos anos em Garibaldi (RS) e depois mudou-se para a Região Metropolitana de Porto Alegre. Era uma profissional da linha de frente, atuou como emergencista no Hospital Municipal de Novo Hamburgo e na UPA Canudos e, além de ser colaboradora da Instituição Beneficente Coronel Massot (IBCM), era da equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), em Porto Alegre.

Aninha, como era conhecida por amigos, colegas e pacientes, residia em Porto Alegre. Durante o tempo que ficou internada, a médica passou por altos e baixos, mas a situação se agravou quando os medicamentos passaram a não fazer mais efeito para controlar a trombose no estômago.

“Analice, meu anjo loiro, era muito alegre, extrovertida, dinâmica, justa, humilde e amiga. Ela era muito sonhadora, cheia de planos e projetos. Durante a pandemia, não ficou um só dia em casa, trabalhou direto e também cobriu colegas do grupo de risco”, afirma Edimilson Azevedo, seu companheiro.

Analice nunca deixou de honrar seus compromissos profissionais. “Não tinha hora para nada, às vezes, ela chegava dos plantões à 1 hora da manhã e nós ficávamos conversando sobre como foi o dia até o horário de levantar novamente e, mesmo assim, ela nunca reclamou de cansaço nem da sua vida, pois vivia intensamente”, relembra Edimilson.

Analice nasceu em Bento Gonçalves (RS) e faleceu em Porto Alegre (RS), aos 58 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pelo companheiro de Analice, Edimilson Azevedo. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Thariany Flores Mendelski, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 30 de outubro de 2020.