André Roberto Gomes

1972 - 2021

Ensinou os filhos a encarar a vida com alegria; afirmava que os problemas ocorrem, têm solução e a vida segue.

Epitáfio: Só sabia amar! Amava nas histórias, nos perrengues e nas gargalhadas que contagiavam a todos

André é filho de Maria Heloísa e de Luiz Roberto, já falecido. Irmão de Alex e Alessandra, marido de Luciana Rosa com quem foi casado por 28 anos, em uma união que permaneceu até o fim de seus dias porque partiram praticamente juntos, com uma diferença de apenas 14 dias.

Era pai de Christian e de Thalyta e passou por muitas dificuldades para criá-los. Batalhou muito para que nada faltasse à família e, para isso, trabalhou com barraquinha de cachorro quente, foi técnico de informática, comerciante de diferentes segmentos, montagem e venda de bicicletas e, por fim, atuava como motorista de transporte alternativo.

Falava de seus filhos com um orgulho imenso, um verdadeiro pai babão que enchia o peito para falar do filho Christian, aprovado no curso de Engenharia Naval na UFRJ e que depois conseguiu ir estudar na França.

Thalyta era a queridinha do papai, seu grude diário que vivia com o nome do pai na boca. Era “paizinho pra lá, paizinho pra cá” e uma recordação engraçada que ela conserva é que todo ano, no Dia dos Namorados, ele lhe dava um bom presente dizendo que "papai dava presente para não precisar de presente de namorado”. Assim como em tudo, falava em tom de brincadeira. Dessa forma, seu perfil de pai nunca foi proibitivo, sempre foi próximo e amigo da filha.

Independente do momento, André vivia com um sorriso estampado no rosto, um alto astral, um boa praça. Era do tipo que não importava onde chegasse, contagiava a todos com sua alegria e suas histórias cômicas. Sua capacidade de passar por cada perrengue aleatório que nem as melhores novelas são capazes de narrar, lhe rendia boas gargalhadas.

Sorridente a vida toda, transbordava alegria para todos os familiares e amigos. Brincalhão e contador nato de boas histórias, sua vivência lhe renderia diversos livros, se fosse escritor. Quase um personagem de um filme de comédia do Leandro Hassum, bem carioca e caricato. Nunca deixou se abalar, uma eterna criança, sempre otimista.

Esta sua forma alegre de ser estendia-se ao seu ambiente de trabalho, entre os “piratas”, uma forma de tratamento corrente entre os motoristas alternativos. "Sua marca registrada era a alegria diferenciada. Se envolvia nas situações mais inusitadas e, sempre sorrindo, contagiava a todos, transformando seus perrengues em histórias cômicas. O pirata mais boa praça da turma deixa um buraco enorme no cotidiano de cada um”, conta Christian.

Churrasqueiro de mão cheia, tudo era motivo para comemorar e fazer um churrasquinho e toda vez que chegava a uma festa logo assumia a churrasqueira com prazer, acompanhado de sua cerveja geladinha.

Amante da música, passou a adolescência e início da vida adulta tentando sucesso junto de seu irmão Alex e ambos tocavam violão, baixo, guitarra, bateria e alguns outros instrumentos. Enquanto montava bicicletas acompanhado de uma gelada e uns petiscos, sempre ouvia grandes lendas como Legião Urbana, Barão Vermelho, Queen, entre outros.

Generoso, possuía um coração enorme, que não cabia em seu peito. Estava sempre disposto a ajudar o próximo e a tirar de si para dar a outros. O filho Christian fala de seus aprendizados com o pai: “Compartilhar o que se tem e ser bondoso com os demais foi algo que aprendi desde pequeno através do exemplo, somente observando suas ações, isso nunca precisou me ser falado. Hoje, quando encontro algum conhecido de meu pai, a tristeza dessa pessoa pela sua perda fica estampada. Espero um dia ser capaz de representar metade do que meu pai representa para tantas pessoas”.