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Ângelo Montano Neto

1944 - 2020

Estar com ele era como sentir a alegria tomando conta do espaço.

"Contagiante! Se tivesse que dizer uma só palavra para descrever meu tio, era contagiante", declarou a sobrinha Grace.

Amava pescar, amava viajar, amava uma dança, amava estar perto da família. Sempre cercado de amigos, no bar, no clube, no baile, na família, todos queriam estar perto dele. Era como sentir a alegria tomando conta do espaço.

Um pai incrível, um avô exemplar, um homem maravilhoso, um tio extraordinário, um homem de um coração enorme. Batalhador e guerreiro ele era amado por todos e não media esforços para ajudar a quem precisasse. Tomava para si as dores dos outros, guardava a dele no bolso e seguia para ajudar o próximo.

Não teve das vidas mais fáceis, passou por poucas e boas, mas todas as dificuldades eram enfrentadas de cabeça erguida, sorriso no rosto e gargalhada engasgada. Enfrentou tudo, lutou, foi resiliente, foi forte. Ensinou a todos lutar com honestidade, humildade e sabedoria.

Grace se despede: "Você amou e viveu a vida como poucos sabem fazer, e sei que você queria e tinha muito o que viver. Tivemos que nos despedir, mas ainda nos encontraremos! Obrigada por cada palavra, obrigada por cada puxão de orelha, obrigada por ter me adotado durante nove meses, obrigada por cada ligação, por cada ensinamento. Te amaremos pra sempre!"

Ângelo nasceu São Paulo e faleceu São Paulo, aos 76 anos, vítima do novo coronavírus.

Jornalista desta história Grace Montano, em entrevista feita com sobrinha Grace Montano, em 22 de maio de 2020.