Antonia Maria de Lima Alves

1937 - 2020

Para ela, cumprimentar alguém sem dar um abraço carinhoso não fazia sentido.

Dona de um olhar acolhedor, sorriso cativante e abraço caloroso, dona Tonha ou Toinha, como era conhecida, era puro carinho.

Cozinheira de mão-cheia, não tinha quem provasse um de seus quitutes sem querer repetir. Uma das coisas que mais a deixava feliz era servir. Gostava da casa cheia, de festas e, principalmente, que as pessoas repetissem o prato ao se deliciarem com as iguarias que preparava tão bem.

Dona Tonha teve quatro filhos e cinco netos. Sempre fez questão que todos se dedicassem aos estudos. Teve uma infância difícil e seu pai não permitiu que ela terminasse os estudos, uma de suas grandes dores na vida. Para ela, a maior riqueza estava em ler um livro e compreender cada uma das "letrinhas miúdas" que faziam uma frase ganhar significado.

Devota de Nossa Senhora, o terço e o livrinho de orações eram seus companheiros do acordar ao dormir. Antonia tinha uma personalidade forte, mas era dona de um coração extremamente generoso. Com o advento da pandemia, rezava todos os dias para que pudesse ver a neta mais velha se casar e para que uma vacina fosse desenvolvida "logo". Ver o casamento da neta foi a realização de um sonho. Apesar não possuir problemas de saúde, todos os dias pedia a Deus para partir de forma tranquila, sem dor nem sofrimento.

E assim foi feita a vontade de Deus: Antonia nasceu no dia de Nossa Senhora de Guadalupe e fez sua Páscoa no dia de Nossa Senhora da Apresentação. Foi apresentada a Deus diretamente pelas mãos de Nossa Senhora, como sempre sonhou.

Aos familiares e amigos que deixou, ficou a saudade de ter por perto um anjo de luz como ela.