Antônia Nascimento Santos

1938 - 2020

Grande contadora de causos, adoçou a vida dos seus com sorrisos e doces, deliciosos e inesquecíveis.

Dona Neném do Sr. Doca, como era conhecida e gostava de ser chamada, era daquelas pessoas do interior que a gente não cansa de ouvir as histórias que conta e ter sua agradável presença por perto. Ser humano lindo de coração muito puro e generoso, estava sempre disposta a ajudar quem precisasse, sendo isso de grande valor no lugar onde morava.

Era bem brincalhona e gostava demais de relembrar suas aventuras de quando era criança e como era feliz a vida na roça. Não eram só esses momentos de descontração que faziam parte do seu repertório variado de “causos”. As histórias de medo, principalmente de tempestades, com raios e trovões, eram lembradas com pavor, sendo esses fenômenos da natureza motivo de medo da vó Neném enquanto viveu. Além de trovão, tinha muito medo de ficar sozinha.

“Ela era do lar”, como conta a neta Mayara, missão que abraçou ao longo da vida com alegria. De todas as atribuições domésticas, a que mais gostava era de cozinhar! Todos a consideravam uma excelente doceira! Suas especialidades eram os doces de frutas, que davam água na boca: doce de banana, doce de melancia, doce de leite com coco e doce de caju.

Era muito católica e gostava demais de ir à missa. Quando veio a pandemia ficou triste de não poder frequentar a igreja como era seu costume. Morava em uma cidade pequena do interior onde o assunto política é sempre muito quente, como costuma se dizer por lá. “Era fanática por política”, lembra a neta. Especialmente nas épocas de eleições municipais, quando a cidade ficava naquela animação durante o período eleitoral para ver quem seriam os escolhidos da vez. Ela nunca deixou de dar sua opinião sincera e torcer pelos seus favoritos,

Cumprida sua missão, brilha agora no céu, tendo deixado saudades e boas recordações da pessoa humilde e bondosa que foi só acolhimento e amor.