Antônio Augusto Neves da Fontoura

1954 - 2020

Seu amor pela cozinha era a tradução de seu amor pela família.

Desde criança era chamado paradoxalmente de “Careca” porque seu cabelo crescia muito e rápido. Cansado de levar Antônio amiúde ao barbeiro, certa vez um de seus oito irmãos mandou passar a máquina na farta cabeleira do menino. E, assim, nasceu o apelido.

Esse bem-humorado torcedor do Grêmio, que adorava pegar os desprevenidos em piadinhas, estudou e exerceu a odontologia. Com essa profissão sustentou os três filhos: Juliana, Daniel e Victor. “Era um excelente dentista, gostava muito do que fazia e tinha uma relação de amizade com seus pacientes.”, conta a mais velha. “Todos gostavam muito do doutor Antônio.”

Juliana diz que, “Na cozinha, não tinha pra ninguém! Era um excelente cozinheiro. Seu quibe era imbatível. Cozinhava muito bem todos os pratos, com exceção de doces e sobremesas, que nisso eu era melhor do que ele.”

Homem de hábitos simples, desprendido, sem vaidades, “de coração leve”, para Antônio bastava estar em casa com a família, fazendo uma boa comida. Dizia sempre que não precisava mais do que de um Fusca. E, apesar de suas refinadas habilidades culinárias, “Não trocava por nada o café das quatro.”, acrescenta a primogênita.

Entre seus hobbys estavam o gosto pela História – “Ele nos contava detalhes das guerras mundiais e de muitos lugares do mundo.” – e apreciar a típica música gaúcha. E, embora fosse caseiro, “Se o convidassem pra passear, dificilmente ele recusava.”, continua a filha.

Nos últimos cinco anos, depois de divorciado, encontrou um novo amor, com quem sonhava construir um recanto para reunir as famílias. Da namorada adotou o neto, Heitor, que se juntou ao outro, Guilherme, filho de Juliana.