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Antônio Carlos Ciarelli

1955 - 2021

Alegre e simples, valorizava o plantio e o cuidado, para celebrar uma boa colheita.

Filho do meio do italiano Nicola e da brasileira Palmira, ele era conhecido pelo seu apelido: Caio. Da infância humilde carregou o aprendizado sobre a importância do trabalho e da responsabilidade, seguindo o exemplo dos pais. Sempre se orgulhou de ter começado a ganhar o próprio dinheiro cedo, como engraxate.

Estudou Contabilidade e fez carreira como bancário no extinto Sul-Brasileiro, depois Meridional/Santander, até criar uma empresa familiar ao lado da esposa, a Caio Tintas, que o tornou muito conhecido em Gravataí. As lojas foram vendidas e, nos últimos anos, tocava um estacionamento no centro da cidade, ao lado do filho Giovani.

Torcedor do Grêmio, gostava de futebol e sempre fez muitos amigos em função dos times e clubes amadores de que fez parte ao longo da vida: Náutico, Torino, Savana e Alvi-Rubro, entre outros. Muito bem relacionado e com um grande coração, deixou um legado de muitas ações sociais e ajuda a instituições do Município.

Cuidar de sua horta, plantar e celebrar as colheitas estavam entre suas atividades favoritas, assim como ler diariamente o jornal Zero Hora. Não dispensava um bom churrasco, com acompanhamento das verduras e legumes que ele mesmo colhia, cheio de orgulho. E um bom vinho, claro. Em família, era parceiro de conversas animadas com a esposa, filhos e netos, em que o volume da voz aumentava de acordo com a quantidade de bebida consumida. A cada taça servida, gostava de brincar: “Mais da metade e antes de derramar”. Nos momentos de celebração, puxava o coro do brinde: “Nesta data querida-aaaa!”

No Ano Novo, mantinha a tradição de distribuir folhas de louro aos familiares, amigos, vizinhos e a quem passasse na rua, sempre arrancando muitos sorrisos com essa atitude. Era sua forma de não apenas atrair boa sorte para si, mas também compartilhar a simpatia com todos que o rodeavam ou cruzavam seu caminho.

Caio não economizava na arte de espalhar alegria com simplicidade e humildade, e assim será lembrado pelos irmãos, Lia Mara e Luis Fernando; pela esposa Silvia; pelos filhos, Clarissa, Giovani e Caio Marcelo; e pelos netos Laura, Miguel e Rafael. Também nunca será esquecido pelo genro, pelos sobrinhos, cunhados, amigos, e por todos aqueles que tiveram o privilégio de conviver com ele.

Antônio nasceu em Gravataí (RS) e faleceu em Gravataí (RS), aos 66 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela esposa de Antônio, Silvia Maria da Silveira Ciarelli. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Clarissa da Silveira Ciarelli, revisado por Maria Eugênia Laurito Summa e moderado por Rayane Urani em 12 de janeiro de 2022.