1943 - 2020
Pai de quatro filhos, esperava pelo quinto na fila de adoção.
Ele gostava de ser chamado de Tuninho e sempre que alguém o chamava de Toninho, ele logo corrigia: “É Tuninho!”.
Foi eletricitário e, como estava aposentado há tempos, gostava de sentar no portão, cumprimentar todos que passavam na rua e puxar um bom papo, com direito a muitas piadas. Para ele, a hora do cafezinho da tarde era sagrada.
“Meu pai amava seus filhos e netos, o bisneto, a esposa, seus animais e seu carro”, conta sorrindo a filha caçula Charlene, a quem ele apelidou de Penélope.
Era uma pessoa de personalidade forte que resolvia rapidamente as desavenças. “No fundo, ele era muito amigo, alegre e brincalhão”, reconhece ela. “Meu pai não foi perfeito, mas foi o melhor pai que pôde ser. Devo a ele a mulher que me tornei”.
Ele era pai também de Alessandra, Luciene e Robson. No momento, em seu segundo casamento com Maria da Conceição, estava em processo de adoção para tornar-se pai do quinto filho.
Antonio nasceu em Pederneiras (SP) e faleceu em Mesquita (RJ), aos 76 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela filha de Antonio, Charlene. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Ticiana Werneck, revisado por Rosana Forner e moderado por Rayane Urani em 16 de novembro de 2020.