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Antonio Carlos Rapette

1961 - 2020

Pegou um trem rumo ao céu com paradas nas estações família, amor, coração e bondade.

Toninho era um ser puro de coração. Sempre prestativo, bondoso, com sorriso no rosto e solidário.

Humilde e sereno, só transmitiu bondade nesse mundo, cuidava da sua mãe com um amor que transbordava. Extremamente feliz e orgulhoso dos filhos, sempre falava sobre eles com os olhos brilhando.

Sua filha Fiama relembra alguns momentos especiais:

“Ele me ensinou a andar de bicicleta e de carro, ajudava sempre nas tarefas da escola e sempre fazia eu ver o lado bom das pessoas e ajudar a todos sem pedir nada em troca, a fazer tudo com amor.

Tinha umas manias curiosas: sempre andava com um pente e um lenço no bolso da calça.

Gostava das coisas antigas, ler um livro, ouvir musicas clássicas, chorinho, tocar seu violão e seu cavaquinho. Viajar, conhecer lugares antigos.

Foi para Cuba 2 vezes me visitar enquanto eu estudava medicina. Ficou encantado com o carros, com as casas antiga, com a cultura do local. Amava história.

Tivemos que ir aos museus e andar de trem por lugares que jamais imaginávamos conhecer.”

Colecionava tudo que fosse referente a trens: fotos, selos, miniaturas e vagões. Também construía maquetes. Toninho era apaixonado pelos trens.

Porém, Toninho teve que partir em um trem rumo ao céu. Deixou seus ensinamentos de bondade e amor ao próximo para aqueles que ficaram. Deixou saudades, histórias e boas lembranças.

Antonio nasceu em Santa Cruz do Rio Pardo (SP) e faleceu em Recife (PE), aos 59 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela filha de Antonio, Fiama Jéssica Francieli Cardoso Rapette. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Cassio de Campos, revisado por Gabriela Carneiro e moderado por Rayane Urani em 23 de agosto de 2020.