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Antônio Clóvis Ferreira

1936 - 2020

Adorava bailes de terceira idade e amava a dança. Sempre fazia uma fezinha na loteria.

Sentia prazer nas pequenas coisas da vida como uma boa dança ou a fezinha diária que fazia nas apostas da loteria.

Natural de Jequié, na Bahia, foi ainda muito novo para Governador Valadares, nas Minas Gerais. Assim que conseguiu, trouxe também o irmão Ailton e, depois, toda a família.

Tinha por profissão atuar como corretor de imóveis; e por amor, a boêmia. Gostava de músicas e bailes da terceira idade, que adorava frequentar.

Pai de duas meninas, Clóvis se separou do primeiro casamento e, dez anos depois, reencontrou o amor junto a Dalva. Ela, que não gostava dos bailes e nem de dançar, nunca impediu o marido de fazê-los.

Com o passar do tempo, Clóvis começou a sair cada vez menos e, certa vez, voltou muito cedo de um baile. Dalva perguntou o que havia acontecido e ele explicou que, ir para o clube enquanto a esposa ficava em casa não tinha graça. Desse dia em diante, abandonou de vez a vida boêmia.

Clóvis era amigo de todos e, brincalhão como era, era querido por muita gente. Dalva e sua filha Flávia foram a família do corretor durante vinte e dois anos, e sentem saudade todos os dias. Mãe e filha se consolam mutuamente com um bonito pensamento: em algum lugar por aí, ele provavelmente está dançando ao som de uma boa música, como sempre gostou de fazer.

Antônio nasceu em Jequié (BA) e faleceu em Governador Valadares (MG), aos 84 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela companheira de Antônio, Dalva Aparecida da Silva. Este tributo foi apurado por Lígia Franzin, editado por Bárbara Aparecida Alves Queiroz , revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 27 de novembro de 2020.