Antônio Gomes de Alencar

1934 - 2020

Cuidava do jardim da igreja com amor, acolhia os amigos da neta como avô e os seus próprios amigos como um pai.

Gomes de Alencar era a assinatura do senhor Antônio, mas se fosse baseado em suas qualidades, ele poderia ter Honestidade como mais um sobrenome.

Não guardava rancor. Já as ferramentas, essas eram trancadas a sete chaves, morria de ciúmes. Chegou a fazer uma caixa com cadeado e colocou-a num guarda-roupas para garantir que ninguém mexesse. Quando alguém pedia para usar, ele logo falava: "Ah, não! Já vai estragar minhas coisas."

Além dos netos de sangue, os amigos de Lyandra se tornavam netos também. Tanto que seu apelido mais carinhoso era Vovô Toin. E se ele era o avô da garotada que tinha a honra de conhecê-lo, também fazia as vezes de pai para os amigos, pois se doava por inteiro para muitos.

Tomava carqueja com limão todos os dias, dizia que era bom para o sangue.

Uma cena típica na rotina de quem ia à casa do seu Antônio era vê-lo sentado na varanda para ler a Bíblia. Ele também era o jardineiro da igreja que frequentava. Muitas flores desabrocharam graças ao trabalho voluntário e amoroso de Toin.

Lutou pela família durante toda vida. Foi casado por cinquenta e três anos, matrimônio interrompido apenas por sua partida. Deixou as filhas: Eliane, Marilene, Valéria, Sônia e Silvana.

O passar dos anos não lhe tirou a vontade de saber como andava o mundo. De acordo com a neta Lyandra, não havia nenhum idoso tão inteligente e atualizado quanto ele.

Era corajoso, nem mesmo a morte o assustava. Quando contraiu a Covid-19, fez questão de deixar isso claro:

"Fala pra eles lá (a família), que eu estou bem. Não estou com medo!"