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Antônio José da Cruz Santos

1947 - 2021

Amava colecionar abridores de garrafa, possuía mais de quatro mil peças!

Antonio José ou Dr. Niltão, como costumava ser chamado, era o filho mais velho de três irmãos. Filho de Manoel e Alaíde, ele marceneiro e ela dona de casa, foi o único da família a escolher medicina como profissão e optou pela ortopedia, pelo apreço aos esportes e pela semelhança com a profissão do pai.

Quando cursava o ginasial ganhou o apelido de Nilton Santos, por parecer com o jogador do Botafogo, do Rio de Janeiro. Desde a faculdade todos o chamavam de Niltão, um apelido que levou consigo pela vida toda.

Casou-se no ano de 1974 com Branca Maria e foi pai de três filhos: Thiago, Manuela e Matheus. Avô de quatro netos: Maria Antônia, Manuel, Samuel e José Bento.

Formou-se pela Universidade de São Paulo na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto e, no final de sua residência em ortopedia, sofreu um grave acidente quando seguia para um plantão, na cidade de Porto Ferreira, que ocasionou na perda da visão. Após quarenta e cinco dias do acidente, voltou a trabalhar, fez especialização em Fisiatria e atuava na área de reabilitação.

Trabalhava no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, era servidor municipal da Secretaria de Saúde da mesma cidade e, como cidadão atuante, era também conselheiro do Comercial Futebol Clube e da Beneficência Portuguesa, membro do Lions Clube Ipiranga e fundador da Associação dos Deficientes Visuais de Ribeirão Preto (ADEVIRP).

Manuela, a filha do meio, conta orgulhosa: "Era ótimo filho, ótimo pai, ótimo marido, ótimo sogro, ótimo avô, ótimo amigo, ótimo profissional, nunca se queixou de nada, nem mesmo por ter perdido a visão. Todos gostavam muito dele e ele gostava de todo mundo. Nunca o vi triste por sua condição de cego. Pelo contrário, sempre alegre, cheio de amor. Amava a vida e as coisas simples, comemorava o aniversário de nascimento e o aniversário de renascimento (data do acidente) sempre na pizzaria. Ele era especial!”

Antônio nasceu em Ribeirão Preto (SP) e faleceu em Serrana (SP), aos 74 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Antônio, Manuela Santos Rosset. Este tributo foi apurado por Rayane Urani, editado por Vera Dias, revisado por Bettina Florenzano e moderado por Rayane Urani em 17 de maio de 2022.