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Antônio José Galdino

1955 - 2020

Os amigos o apelidaram de Garrafinha, mas a esposa o chamava de Amor.

Nasceu no Morro da Mangueira. Torcedor fanático do Fluminense, colecionava as camisetas do time. Amava futebol. Não perdia nenhum jogo, não importando qual fosse: toda quarta e domingo, ligava a velha televisão de tubo.

O apelido: “Garrafinha”. Porque gostava de uma boa cachaça quando jovem e, nos últimos tempos, não dispensava a tradicional cerveja nos finais de semana. Na segunda, costumava pedir para a esposa, Jaqueline, que preparasse seu prato preferido: a sopa da ressaca.

Como gostava de uma boa cachaça quando jovem e, nos últimos tempos, não dispensava a tradicional cerveja nos finais de semana, ganhou o apelido carinhoso de "Garrafinha".

Às segundas-feiras, costumava pedir para a esposa, Jaqueline, preparar seu prato preferido: a sopa da ressaca.

O primeiro encontro do casal aconteceu em 2011, numa das caminhadas diárias de condicionamento físico que faziam em Duque de Caxias, sempre no mesmo horário. Daí, nasceu um amor que mudou a vida dela: “Ele me deu paz, fez de mim uma pessoa melhor”. Viajavam com frequência para a Região dos Lagos. Tiveram casa em Saquarema e, é deste tempo, que Jaqueline tem as melhores memórias: “Foi onde a gente mais se divertiu”.

Entre os passeios preferidos dele, estavam as pescarias de barco com o genro Marcio, pela baía de Guanabara. Tinham uma relação de pai e filho.

Era proprietário de uma ótica, no centro de Duque de Caxias, e muito amado por todos no bairro. Tímido, porém vaidoso, estava sempre bem vestido. Era romântico, seu cantor preferido era Berry White.

"Ficará para sempre na memória dos que o conheceram como um homem honesto, humilde e com um grande coração", diz Jaqueline, que chamava o marido de "Amor", e conta: “A gente nunca discutiu na vida, ele era carinhoso ao extremo (...) tudo que tenho hoje, devo a ele.”

Antônio nasceu no Rio de Janeiro e faleceu no Rio de Janeiro, aos 65 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela esposa de Antônio, Jaqueline Rodrigues. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Bettina Turner, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 13 de junho de 2020.