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Antônio Manoel Pavão

1957 - 2020

Vendedor ambulante, conhecido por ser o tio da bala e do coração doce.

Arranha era conhecido como o tio da bala e da pipoca. E sim, era Arranha com "r" duplo mesmo. Afinal, apelido não se discute.

Vendedor ambulante, vendia doces em frente a uma escola. Ainda que sem estudo, sempre foi excelente em matemática. Generoso que era, apesar de ter uma postura séria e uma cara de "durão", não conseguia ver uma criança chorando por bala.

Com os filhos não era diferente, nem com a mãe. Era um filho muito cuidadoso e sempre que comprava algum alimento, ia até à casa da mãe para compartilhar com ela.

Quando voltava do trabalho com seu carrinho vermelho, o cãozinho de Arranha já estava no portão, esperando pelo dono.

Costumava usar um chapéu de palha, motivo pelo qual era chamado de "fazendeiro" pela família.

Tinha uma bicicleta daquelas antigas, que não trocava por nada.

Entre a família, era o homem que amava fazer palhaçadas, que gostava de contar suas histórias da infância e de fazer todos se sentirem bem.

Certa vez, a sobrinha Welsala chegou triste, pois algumas meninas haviam feito com que ela se sentisse mal. Antônio fez seu papel e contou uma piada que, não só fez com que a menina esquecesse o sentimento, como ainda divertiu toda a família.

Casado com Marta, foi pai de Andreyna e Adriano.

Com seu carrinho de doces, foi referência de luta e de que nunca se deve desistir dos objetivos e dos sonhos.

Antônio nasceu em Santa Helena (MA) e faleceu em Paragominas (PA), aos 63 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela sobrinha de Antônio, Welsala Pavão de Sousa. Este tributo foi apurado por Júllia Cássia, editado por Larissa Paludo, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 4 de janeiro de 2021.