1954 - 2020
Sonhava morar no rancho da família ao aposentar-se e amava deitar na rede para curtir os netos aos domingos.
Antônio Marcos trabalhava na construção civil, era evangélico e possuía uma responsabilidade com a igreja que frequentava. Casado com Dona Maria por 46 anos e já planejando a festa de Bodas de Ouro, tiveram três filhos: a primogênita Helva, Hélia, a filha do meio, e o caçula Paulo.
Sempre batalhou pela família. Amoroso e cuidadoso com a esposa, preocupava-se em agradá-la e estava sempre atento à saúde dela, bem como aos oitos netos, que fazia questão de mimar, respeitando a particularidade de cada um. Possuía inúmeros amigos e todos eles o tinham como exemplo. Esse era Antônio Marcos, que gostava de ver os outros felizes, que gostava de ajudar.
Tinha prazer em ter visitas em casa, a quem oferecia refeições generosas e belas recepções. Pessoa dedicada, sábia, honrada e correta, possuía um coração enorme. Era um ser sensacional, muito admirado, cheio de alegria e com quem se podia contar sempre. Além de ser grande pai e esposo, adorava comemorações e cuidava ele mesmo antecipadamente dos aniversários das pessoas que amava, sempre procurando saber o que queriam nessas datas.
Antônio Marcos adorava viajar, principalmente para o Nordeste, sua região natal, e tinha o lindo sonho de, ao se aposentar, ir morar no “pequeno” rancho da família, onde receberia com muita alegria os filhos e netos. E como ele gostava de reunir a família no almoço de domingo! Após a refeição, deitava na rede na companhia dos netos e ficava lá a curti-los. Já dava para imaginá-lo a balançar na rede no rancho, o que lhe traria ainda mais felicidade.
Sua relação com o caçula Paulo era muito mais que de pai e filho, era uma relação de amigos. Havia em ambos uma cumplicidade, uma parceria que era muito de se admirar e servia de exemplo. Qualquer situação, qualquer decisão a ser tomada não era resolvida se ambos não chegassem a um acordo.
“Uma linda forma de homenagear esse homem tão maravilhoso que fez parte de nossas vidas foi plantar em frente à sua casa uma muda de ipê-amarelo com parte das suas cinzas, para que a árvore cresça e de certa forma nos acompanhe diariamente pela vida”, relata o filho.
Antônio nasceu em Jucurutu (RN) e faleceu em Brasília (DF), aos 66 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pelo filho de Antônio, Paulo Marcos de Oliveira. Este tributo foi apurado por Thaíssa Parente , editado por Thalita Ferreira Campos, revisado por Paola Mariz e moderado por Rayane Urani em 20 de novembro de 2020.